O último final de semana (16 e 17 de outubro) foi marcado pela segunda edição do mutirão para reconstrução mamária de mulheres mastectomizadas – retirada parcial ou total da mama em função do tratamento do câncer de mama. A ação, que é capitaneada pela Motiva Implantes, faz parte da programação do Outubro Rosa, aconteceu no Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) e contemplou somente nesse período 8 pacientes da Oncologia, cadastrados no serviço. Até o dia 24 deste mês, outras sete pacientes serão beneficiadas pelo projeto, totalizando nesta edição 15 mulheres que estão fechando o ciclo com o resgate da beleza e da autoestima.
“A gente tem paciente que está mutilada há 21 anos na fila de espera, que tem a vida bem sofrida, casos de mulheres que os parceiros não acompanharam elas durante o tratamento, paciente que teve a perda da filha com câncer no dia das mães do ano passado, então são casos bem tristes que deixa a gente bem emocionada e ela está tendo a mama reconstruída e a vida retomada, esse é o nosso objetivo”, destacou a intermediadora de negócios da Motiva Implantes nos estados de Alagoas e Sergipe, Vanessa Dantas de Amorim Jucá.
O superintendente do Huse, Walter Pinheiro, parabenizou a ação e se colocou à disposição oferecendo a estrutura do hospital “A gente fica muito feliz em participar, visto que é uma ação que envolve várias pessoas, vários profissionais, empresas e o Huse dando a sua contribuição, oferecendo a estrutura e parte da equipe para proporcionar esse mutirão tão valoroso, uma campanha tão importante que é o Outubro Rosa para trazer novamente as próteses e essa reparação que faz uma diferença e impacta diretamente na saúde da mulher. A gente fica feliz e aproveita para agradecer a todas as pessoas que participam, é o segundo ano consecutivo e ele vem numa crescente e no que depender de nós temos todo interesse em apoiar”, acrescentou.
O cirurgião plástico do Huse, Ricardo Araújo, é um dos incentivadores da ação e ressalta a importância desse projeto para as pacientes. “Essa ação traz emoção, felicidade, afetividade, aproximando cada vez mais o paciente do médico, isso pra nós é muito gratificante, os depoimentos das pacientes emocionantes nos fazem ficar mais motivados, transbordando amor nesse dia”, destacou.
Preparação e Seleção
O centro cirúrgico do Huse estava preparado para receber a ação, com salas disponíveis e um número a mais de profissionais, como explica o coordenador da unidade, Alexandre Vasconcelos. “A gente se prepara com muita antecedência para receber esses pacientes, aumentamos o número de nossos profissionais, uma ação que só prevê melhorias para as pacientes que passaram por uma grande batalha no seu tratamento. A gente disponibilizou simultaneamente duas salas cirúrgicas para a realização desses procedimentos, em dois turnos manhã e tarde, em dois dias consecutivos, anestesiologistas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e instrumentadores a mais para todo mundo poder auxiliar, além de cirurgiões plásticos”, pontuou.
A seleção das pacientes para a reconstrução da mama foi feita de forma rigorosa, como explica o cirurgião plástico da Oncologia do Huse, Diogo Piva. “A medida que essas pacientes foram chegando no ambulatório a gente foi selecionando os casos que eram passíveis de fazer a reconstrução. Primeiro a gente avalia as que estão aptas, concluíram o tratamento, que estão precisando melhorar a qualidade de vida porque não aceitam essa mutilação que foi necessária e que não tem outras doenças que impeçam a cirurgia, então a gente seleciona essas pacientes que estão sem a mama e que precisam colocar a prótese. A expectativa é que elas fiquem muito felizes como no ano passado, porque devolve a autoestima dessas mulheres”, declarou.
Para a coordenadora do Centro de Oncologia, Meire Jane Oliveira, foi um momento de muita emoção. “É com muito amor, alegria e muita emoção no coração que a gente participa desse projeto. Uma vontade de cada vez mais se empenhar e resgatar a busca dessas pacientes, tem muitas delas que fizeram o tratamento há anos e que elas não tiveram essa oportunidade do implante de prótese mamária. Algumas pacientes já tinham perdido a esperança de conseguir fazer esse procedimento e hoje estão realizando o grande sonho da vida delas que é na verdade a finalização do tratamento, porque não colocar uma prótese mamária é como se o tratamento não ficasse finalizado, faltou algo muito importante, é fechar o ciclo com o resgate da beleza e da autoestima”, completou.
Histórias de vida
Sheila Alves dos Santos, 42, descobriu o câncer de mama há 4 anos através da filha que percebeu que a assimetria de um dos seios estava diferente e a partir desse dia muita coisa mudou. Ajudada pela tia que agilizou os exames e entendeu que se tratava de algo diferente. Naquele momento, deu início a uma batalha que contava com a ajuda de Deus e da fé da paciente. Ela fez a cirurgia no dia 17 de outubro e em janeiro do ano seguinte deu início às 36 sessões de quimioterapia, 4 vermelhas e as demais brancas.
“Eu tinha dentro de mim uma tristeza muito grande porque o meu seio era muito pequeno, eu fiz a quadrantectomia. Conheci o meu esposo depois da cirurgia e durante as quimioterapias eu acabei me casando, o detalhe é que durante esses 4 anos, o meu esposo nunca viu o meu seio, tinha muita vergonha, timidez e recebi essa notícia maravilhosa que seria uma das beneficiadas pela cirurgia para reconstrução da mama. Ele está aqui comigo e muito feliz pela minha felicidade, ele sabia do meu desejo. Deus é maravilhoso, estou muito feliz e grata aos médicos, enfermeiras, a turma da Motiva Implantes, que nos receberam muito bem e com muito carinho e acolhimento”, agradeceu Sheila Alves.
Ainda sob os cuidados das enfermeiras, a paciente Marluce Cruz dos Santos, 58, não escondia a alegria após o procedimento para reconstrução da mama. Acompanhada da filha, Pamela Cruz dos Santos Junqueira, 31, a paciente era só felicidade. Descoberto em 2006, o câncer de mama foi retirado em 2007 com a cirurgia. De lá para cá, a convivência com a mutilação de um dos seios, ainda muito jovem, foi um grande enfrentamento para a paciente. Ela teve a chance de realizar o procedimento, mas teve o receio de passar por outra cirurgia e preferiu não arriscar. Agora, amadurecida a ideia, a oportunidade chegou e o resgate da autoestima também.
“A princípio a ideia era colocar a prótese, mas acabou que os médicos retiraram do abdômen e reconstruiram a mama que ela não tinha. Graças a Deus correu tudo bem, ela passou por algumas dificuldades no caminho que toda mulher jovem passa ao saber que está sem uma parte tão significativa do corpo que é o seio. Mas ela venceu tudo isso e teve a chance de realizar o sonho dela, essa cirurgia é um recomeço, melhora da autoestima, se olhar no espelho e se achar ainda mais linda. O caminho foi longo, mas ela venceu”, declarou emocionada a filha da paciente.
Há três anos a jovem Rejane Santos Dantas, 41, descobriu um tumor na mama, depois dos exames a confirmação só serviu para abalar a qualidade de vida da paciente e aumentar ainda mais a sua fé. Ela iniciou o tratamento de quimioterapia venosa antes da cirurgia que aconteceu em seguida. “A reconstrução da mama foi a parte mais complexa, é cara, plano de saúde não dá, e o Huse, juntamente com a Motiva Implantes, tornaram o nosso sonho realidade. Eu já estava feliz por estar curada e agradeço a Deus, a partir de agora é felicidade completa, sou outra pessoa”, afirmou a paciente.
Continuidade da ação
A Motiva Implantes trabalha com saúde para mulher, é uma empresa que já está no mercado da cirurgia plástica há mais de dez anos e é comercializada em mais de 60 países. Em 2019, a empresa bateu a marca de 2 milhões de implantes vendidos no mundo. No ano passado (2020), em Sergipe, a Motiva Implantes conseguiu beneficiar 5 pacientes com o corpo clínico do hospital e voluntários. Esse ano, a causa foi tão ampla que além de ter os médicos do corpo clínico, contou também com médicos convidados participando, triplicando o número de pacientes atendidos.
Em 2019, durante o Outubro Rosa, a Motiva Implantes esteve presente em sete estados do Brasil proporcionando a ação da reconstrução mamária, foram 64 pacientes beneficiados. Esse ano, a empresa conseguiu atender 15 cidades e num total até hoje de 304 pacientes beneficiados com o procedimento. “A gente ainda pretende atingir mais números se mais estados abraçarem a causa. Vale ressaltar que a iniciativa do Huse foi sensacional em liberar salas para a realização dessas cirurgias eletivas, estamos reconstruindo a vida de outras pacientes, porque a mutilação não deixa de ser um processo de muita dor e transtornos familiares, psicológicos e físicos”, finalizou a intermediadora de negócios da Motiva Implantes nos estados de Alagoas e Sergipe, Vanessa Dantas.
Fotos: Valter Sobrinho
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