Encontro Estadual de Pessoas Vivendo com HIV/Aids ressalta importância do tratamento no contexto da Covid-19

Discutir o tratamento e a assistência às pessoas vivendo com HIV/Aids no contexto da Covid-19, a valorização do Sistema único de Saúde (SUS) e o contexto social do ativismo. Esses foram os focos principais do Encontro Estadual de Pessoas Vivendo com HIV/aids, realizado nesta quinta-feira, 11, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa). Na oportunidade, integrantes de movimentos sociais, instituições e profissionais de saúde e/ou que atuam na área do HIV/Aids também fizeram análise de situação desses movimentos e dialogaram sobre outras questões relacionadas à temática. 
O encontro, que ocorre anualmente, promoveu a décima edição do evento. De acordo com uma das referências no assunto, a representante estadual da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids, Georgina Machado, o encontro buscou a reintegração das pessoas vivendo no contexto social do ativismo, pois com a pandemia da Covid-19 havia muitas dúvidas. “Sobretudo, foi uma oportunidade de obter informação de qualidade e adquirir conhecimento. Discutimos pautas como a valorização do SUS e a necessidade de defendê-lo, fizemos uma análise de conjuntura do Nordeste e o processo de tratamento nos estados, além de discutir a atual conjuntura política do ativismo”, destacou. 
Georgina também ressaltou sobre a importância da assistência de qualidade no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) e a necessidade de ter um encontro diretivo, uma equipe multidisciplinar para que a adesão ao tratamento seja completa. “A adesão ao tratamento não é apenas o retroviral. Fora outras questões socioeconômicas de muitas pessoas, como disse o Almir  Santana. Com a pandemia, quem se sustentava com serviços autônomos e outros trabalhos, não fez mais. Isso foi devastador porque muitas vidas foram ceifadas e, por causa da patologia, muitas pessoas não podiam se expor para conseguir a sua sobrevivência. O nosso objetivo é estarmos juntos para solucionar essas demandas coletivamente e decidir o que vamos fazer agora, que caminhos podemos seguir”. 
Também presente no evento, a representante do Movimento Nacional de Mulheres Cidadãs Positivas (MNCP), Fátima Souza, o momento foi importante porque promoveu o resgate da autoestima, pois dialogar coletivamente, estar próximo, gera confiança e otimismo. “O abraço que faltava pela distância ocasionada pela pandemia foi muito importante para cada pessoa que vive com o vírus do HIV. Discutir a questão do HIV e covid é fundamental, pois ainda há gente que foge do tratamento. É uma luta trazer essas pessoas para a adesão, tanto adultos, quanto crianças. Muitas vezes, pelo vírus estar indetectável, a pessoa pensa: ‘Estou curado. Não vou usar mais preservativo’. Por isso a gente precisa viabilizar essa informação, conscientização e educação”, disse.
Para o gerente do Programa de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais da SES, o médico sanitarista José Almir Santana, a prioridade é reforçar que o tratamento é constante, não deve ser abandonado. “Na condição de pessoas soropositivas, se abandona o tratamento a imunidade diminui. Se a covid se instalar a situação pode se complicar. Meu recado principal para eles é: valorizem o tratamento contra o HIV, usem a medicação corretamente. Sendo assim, ao se contaminar com coronavírus, a recuperação fica mais fácil. Aqueles que abandonam o tratamento dificilmente se recuperam”, afirmou.  

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