Para atualizar profissionais de saúde, sobretudo os que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS), a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através do Telessaúde Sergipe, realizou, nesta terça-feira, 16, uma tele-educação com o tema “Toxoplasmose Congênita e Gestacional”. Na oportunidade, as webpalestras foram ministradas pela docente do Departamento de Pediatria e Cirurgia Pediátrica da Universidade Estadual de Londrina (UEL), docente do Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Laboratorial da UEL e doutora em Ciências da Saúde, Jaqueline Dario Capobiango; e pela nutricionista, especialista em Nutrição em Pediatria e Gastropediatria, mestre em Ciências da Saúde e atua na área técnica da toxoplasmose da SES, Marcela Barros Barbosa de Oliveira.
No conteúdo, a docente Jaqueline fez uma introdução sobre a temática, incluindo conceitos e risco de transmissão vertical, e abordou sobre epidemiologia, manifestações clínicas, manejo clínico, diagnóstico laboral, tratamento, seguimento e benefícios do tratamento. Já a nutricionista, especialista e referência da área de toxoplasmose da SES, discorreu sobre “Vigilância da Toxoplasmose”, com abordagem sobre aquisição de medicamentos, fluxo de notificação, investigação, Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acesso ao tratamento, solicitação mensal de medicamentos, diagnóstico da toxoplasmose gestacional e tratamento da toxoplasmose congênita.
Referência técnica da ação, a enfermeira e gerente Ciclos de Vidas da Coordenação de Atenção Primária à Saúde – CEAPS/DAPS da SES, Kátia Valença, explicou que a condição do pré-natal, desde a captação até o final da gestação (à exceção da gestante cuja gravidez seja classificada como de risco), é muito importante. “Esse momento aborda a atualização em relação às toxoplasmoses gestacional e congênita, desde o manejo até a obtenção e tratamento de dados, além de avaliar a situação da epidemiologia em Sergipe, a importância da notificação e como devemos proceder na condução da gestante diagnosticada com toxoplasmose”.
De acordo com o diretor de Atenção Primária à Saúde da SES, João Paulo Brito, a toxoplasmose é uma parasitose bastante presente no cotidiano da população, o que reforça a importância da ação. “No Brasil, a toxoplasmose ainda é considerada uma doença negligenciada. No caso de infecção em gestante, a doença pode provocar desde parto prematuro a consequências no processo gestacional como um todo, e também o nascimento de uma criança com sequelas. Implantamos a vigilância sobre a toxoplasmose em 2015, que marca o início desse esforço no país. Esforço do qual a SES, que possui estrutura para realizar investigação e a vigilância em toxoplasmose”, explicou.
Ainda segundo o diretor João Paulo, a implantação de um método como esse, que tem quase seis anos, precisou de espaço e de tempo, pois foi necessário estruturar o trabalho e fortalecer o diálogo junto a profissionais e gestores. “A principal medida que a gente tem de enfrentamento à toxoplasmose é educação em saúde. Dialogar com as gestantes, orientando sobre a necessidade de evitar o consumo de alimentos mal higienizados, carnes mal cozidas, etc. Então, quando dialogamos com os profissionais é no intuito de fortalecer essa estratégia de educação em saúde, mobilizá-los em relação a esse diálogo com as gestantes e reforçar essa estratégia de prevenção: não comer carne crua, mal cozida, não ter contato com fezes de gatos, etc”, pontuou.
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