“Ontem um menino que brincava me falou que hoje é semente do amanhã… Para não ter medo que este tempo vai passar… Não se desespere não, nem pare de sonhar…” Os versos da canção de Gonzaguinha abriram a “IV Jornada Estadual da Prematuridade da Secretaria de Estado da Saúde” que aconteceu neste 17 de novembro, Dia Internacional de Consciência para a Prematuridade.
A voz do cantor estanciano Pedro Dias acolheu com sensibilidade os participantes do evento e fez reverberar por meio da letra da canção, uma homenagem para trabalhadores da Rede Estadual de Saúde Materno Infantil. Um merecido afago para esses sonhadores que, anualmente, materializam, mesmo diante das dificuldades, diversas ações no Novembro Roxo, pois, neles prevalece a crença que possuem no exercício da profissão e na evolução constante do Sistema Único de Saúde (SUS). O artista disse que o evento oportunizou o primeiro contato dele com o tema da prematuridade. “A música de Gonzaguinha é atemporal, ele sempre muito cirúrgico em suas poesias. O ponto que mais me toca é o início, quando ele fala que foi um menino quem falou a ele sobre o futuro, a semente do amanhã é plantada hoje. A letra só reforça que as crianças são a semente do amanhã e a partir delas devemos plantar o que virá. É uma honra e uma responsabilidade muito grande ter sido convidado a estar neste evento de saúde muito significativo, numa semana muito importante”, compartilhou o músico.
Um plantio de uma muda de Ipê Roxo, protagonizado pela Secretaria de Estado da Saúde Mércia Feitosa e pela superintendente da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, Lourivânia Prado, foi acompanhado por uma fala emocionada e saudosa. A gestora da SES, após assistir o teaser do documentário “Sementes do Amanhã”, produzido pela assessoria de comunicação da SES, relembrou a memória de Carline Rabelo que faleceu em 2016, ela atuava como neonatologista na maternidade e deixou um importante legado de compromisso e coragem ao colocar o cuidado neonatal em evidência para qualificar a assistência, modificando o panorama neonatal no estado, colocando-o no rol das discussões e ações dos centros maternos neonatais do país. Foi na gestão dela que a maternidade Nossa Senhora de Lourdes teve a certificação do método Canguru e se legitimou como centro de referência.
“Carline semeou e a semente deixada por ela eu vejo crescer em cada uma de vocês. A gente tem que semear o bem, semear o amor e ser profissional amando o que faz, quando a gente faz o nosso trabalho assim, colhe frutos. A saúde não se faz se não houver amor, sem amar e dar o melhor de nós. Eu vi a emoção de vocês no teaser do documentário, e sei que essa paixão vem porque, diariamente, vidas nascem nas mãos de toda a equipe. Uma equipe que luta e essa energia de lutar os bebês absorvem e conseguem superar os desafios devido a essa sinergia”, fala a secretária com a voz embargada.
A gestora destacou, ainda, os desafios de gerir a SES em tempos pandêmicos. “Esses dois anos e meio não foram fáceis, assumir uma gestão na pandemia foi um desafio, contudo, o que me motivou a seguir foi saber que ao meu lado eu tenho pessoas que dão o melhor de si a cada dia. Nesses dois anos e meio vivemos a Covid-19 também na maternidade, conseguimos salvar tantas crianças e mães da doença apesar dos obstáculos, afinal, temos uma unidade que é uma grande referência, um espaço tão qualificado, uma luz para as crianças sergipanas. E isso graças a um time fortalecido que supera os desafios diários junto às crianças com maior risco de morte.Esse é o time SES, o time SUS, minha gratidão a todos vocês”, expressa Mércia.
Essa fala da Secretária se conecta com o trecho da canção “Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs… Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar! Fé na vida Fé no homem, fé no que virá!”. O que pode ser comprovado no empenho das ações formativas e informativas pensadas pelas equipes da SES para os trabalhadores da Saúde e sociedade em geral. “Hoje o que quisemos trazer para a abertura, com o Seminário da Prematuridade, foi fazer o trajeto desse parto, do gestar e nascer com segurança. É preciso olhar para a atenção primária, falar sobre pré-natal, gestação de alto risco e acerca das intervenções necessárias, pensando na prematuridade evitável. Esse é um momento de partilha de conhecimentos, de experiências que tiveram êxito para pensarmos como fazer o melhor com o que dispomos na rede. ”, explica a enfermeira e gerente da UTIN, Monique Daniela Cabral.
A enfermeira explicou que o Novembro Roxo da SES está sendo marcado por ações como a construção da árvore de pezinhos, pensada para sensibilizar as equipes sobre o melhor cuidado, tivemos o plantio do ipê roxo com o propósito de resgatar na memória a importância do trabalho realizado, afinal, somos raiz de todo esse processo. Além disso, o método canguru entrou na semana da prematuridade esse ano como grande destaque e iluminamos os prédios públicos com a cor roxa para chamar a atenção da sociedade, pois, acreditamos que todo mundo deve participar dessa causa”, reforça Monique.
A paixão expressada por Monique pode ser sentida na fala, nos olhares de todos e todas que compareceram à abertura da Semana da Prematuridade no auditório do Centro Administrativo da secretaria: representantes da SES, da Fiocruz, do Ministério da Saúde e das maternidades estaduais. A importância de uma rede fortalecida esteve presente na fala dos convidados e dos profissionais, deixando a certeza de que Gonzaguinha está certo ao poetizar que “Nós podemos tudo, Nós podemos mais! Vamos lá fazer o que será!”.
Fotos: Flávia Pacheco
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