A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Sergipe e o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, realizaram na manhã desta quinta-feira, 27, a campanha de combate à Hanseníase.
O mês de Janeiro, anualmente, ganha a cor roxa e impulsiona diversas ações de conscientização da população para o diagnóstico e tratamento da doença. Nesse sentido, uma série de ações foram realizadas no HU/UFS com o propósito de testar e orientar os sergipanos.
“A Secretaria de Estado da Saúde se preocupa muito em qualificar nossa rede e toda a população sobre o tema, por isso, na terça-feira tivemos uma web palestra promovida pela Diretoria de Vigilância em Saúde/SES, que atua com o Programa Estadual de Controle da Hanseníase, com a médica especialista em hanseníase e coordenadora do Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário (HU/UFS), Ana Luiza Furtado. Na ocasião ela orientou os profissionais da atenção primária acerca do diagnóstico e tratamento da doença. Na data de hoje, aqui no Hospital Universitário, teremos exames gratuitos e uma palestra educativa com os pacientes, apresentando as particularidades da hanseníase e focando ainda na questão do autocuidado, para que eles tenham noção das precauções individuais necessários”, explica a secretária de Estado da Saúde, Mércia Feitosa.
A palestra destinada às pessoas que compareceram para a testagem, foi conduzida pela médica dermatologista do H.U-UFS e Vice-presidente da Sociedade de Dermatologia em Sergipe, Martha Débora Lira Tenório. De acordo com a especialista em Hanseníase, um momento fundamental para promover a Educação em Saúde. “É muito importante que a população conheça a hanseníase, é uma doença que apesar de muito prevalente, é pouco conhecida em nosso país, por isso, precisamos falar mais para que as pessoas possam suspeitar, conhecendo os principais sinais e sintomas. A população teve muitas dúvidas hoje, no início eu perguntei se já tinham ouvido falar sobre a hanseníase e a minoria disse que tinha informação sobre a doença, dentre aqueles que já tinham ouvido falar, os sintomas eram desconhecidos”, compartilhou Martha.
Martha aproveitou para tranquilizar os presentes, desconstruindo possíveis medos e preconceitos em relação à hanseníase. “A hanseníase é uma realidade que pode acontecer com qualquer um de nós. A principal mensagem que a gente quer passar é: existe tratamento gratuito pelo SUS e essa enfermidade tem cura. O tratamento está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde e, em Sergipe, temos duas referências que são o HU da UFS e o CEMAR, localizado no bairro Siqueira Campos, mas todos os médicos estão aptos para o diagnóstico e tratamento”, salientou.
Os moradores da região do HU da UFS, aproveitaram a oportunidade para verificar manchas na pele que apareceram há mais de um ano, esse é o caso de Rosângela Santos e José Wilton Silva, moradores do bairro 18 do forte. “Eu tenho uma mancha no braço e aproveitei para tirar a dúvida, ver se por acaso é hanseníase. Achei muito importante essa iniciativa, é muito útil à população”, afirma Rosângela enquanto espera o atendimento. No caso de José Wilson que trabalha como caminhoneiro, as manchas começaram a aparecer em todo o corpo. “Eu soube da campanha pela TV e corri aqui para o HU Eu pude assistir a palestra e foi muito boa, tirou as minhas dúvidas sobre a doença. Faz uns anos eu tenho algumas manchas na pele e nunca descobri a causa, mas o teste mostrou que não é hanseníase, então, estou mais tranquilo e vou continuar investigando”, expressa o paciente aliviado com o resultado.
A referência técnica do Programa Estadual de Hanseníase da SES, Fátima Dias, falou da importância de romper com o estigma que ainda existe acerca da doença. “Quem tem os sinais e sintomas, precisa comparecer a esse chamado. O nosso grande desafio é quebrar o elevado estigma em relação à doença, que apesar de secular, tem tratamento e cura. O autopreconceito é algo que, às vezes, impede que os pacientes queiram fazer o tratamento em sua unidade de referência, geralmente, eles se deslocam para que o território não saiba da doença. Em muitos casos, os pacientes pedem que seu município não seja comunicado, porém, é preciso tratar a hanseníase, inclusive, as pessoas com quem os casos confirmados moram ou tiveram contato prolongado. Quem transmite a doença são pacientes que têm a doença e estão sem tratamento, começou o tratamento param de transmitir. É uma doença de período de incubação prolongado. O ideal é que os contactantes sejam acompanhados uma vez ao ano para exame de pele e dermatoneurológico, no mínimo. Essa é uma forma de quebrar a cadeia de transmissão”, salienta Fátima.
Em relação à situação da hanseníase em Sergipe, Fátima Dias, afirmou ter havido decréscimo no número de casos em virtude da pandemia. “Há um decréscimo nos números da hanseníase no estado desde 2020 e atribuímos, além do período pandêmico à subnotificação, pois, todo decréscimo precisa ser investigado. Essa redução não é para ser comemorada, mas um alerta de que precisamos investir em mais campanhas informativas, em ações de educação em saúde para que consigamos identificar esses casos de subnotificação. A gente tem um registro expressivo de não investigação de contatos”, disse..
A referência técnica da SES aproveitou para reforçar sobre os sintomas e consequências da falta de tratamento dos casos de hanseníase. “É uma doença que quando não tratada pode levar a sequelas permanentes. Os sintomas mais comuns são manchas na pele com perda de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa. Além disso, a pessoa pode sentir tremores, sensação de fisgadas, o que já revela algum grau de comprometimento da parte nervosa, isso pode ocasionar diminuição ou a perda da contratura muscular, gerando a mão em garra, pé caído, comprometendo a marcha. A doença causa perda da força nos membros superiores e inferiores devido ao espessamento do nervo e, em alguns casos pode ocorrer perda da visão”, destaca Fátima em relação à gravidade da hanseníase.
Fotos:
Campanha de combate à Hanseníase oferece exames à população no Hospital Universitário da UFS
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Sergipe e o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, realizaram na manhã desta quinta-feira, 27, a campanha de combate à Hanseníase.
O mês de Janeiro, anualmente, ganha a cor roxa e impulsiona diversas ações de conscientização da população para o diagnóstico e tratamento da doença. Nesse sentido, uma série de ações foram realizadas no HU/UFS com o propósito de testar e orientar os sergipanos.
“A Secretaria de Estado da Saúde se preocupa muito em qualificar nossa rede e toda a população sobre o tema, por isso, na terça-feira tivemos uma web palestra promovida pela Diretoria de Vigilância em Saúde/SES, que atua com o Programa Estadual de Controle da Hanseníase, com a médica especialista em hanseníase e coordenadora do Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário (HU/UFS), Ana Luiza Furtado. Na ocasião ela orientou os profissionais da atenção primária acerca do diagnóstico e tratamento da doença. Na data de hoje, aqui no Hospital Universitário, teremos exames gratuitos e uma palestra educativa com os pacientes, apresentando as particularidades da hanseníase e focando ainda na questão do autocuidado, para que eles tenham noção das precauções individuais necessários”, explica a secretária de Estado da Saúde, Mércia Feitosa.
A palestra destinada às pessoas que compareceram para a testagem, foi conduzida pela médica dermatologista do H.U-UFS e Vice-presidente da Sociedade de Dermatologia em Sergipe, Martha Débora Lira Tenório. De acordo com a especialista em Hanseníase, um momento fundamental para promover a Educação em Saúde. “É muito importante que a população conheça a hanseníase, é uma doença que apesar de muito prevalente, é pouco conhecida em nosso país, por isso, precisamos falar mais para que as pessoas possam suspeitar, conhecendo os principais sinais e sintomas. A população teve muitas dúvidas hoje, no início eu perguntei se já tinham ouvido falar sobre a hanseníase e a minoria disse que tinha informação sobre a doença, dentre aqueles que já tinham ouvido falar, os sintomas eram desconhecidos”, compartilhou Martha.
Martha aproveitou para tranquilizar os presentes, desconstruindo possíveis medos e preconceitos em relação à hanseníase. “A hanseníase é uma realidade que pode acontecer com qualquer um de nós. A principal mensagem que a gente quer passar é: existe tratamento gratuito pelo SUS e essa enfermidade tem cura. O tratamento está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde e, em Sergipe, temos duas referências que são o HU da UFS e o CEMAR, localizado no bairro Siqueira Campos, mas todos os médicos estão aptos para o diagnóstico e tratamento”, salientou.
Os moradores da região do HU da UFS, aproveitaram a oportunidade para verificar manchas na pele que apareceram há mais de um ano, esse é o caso de Rosângela Santos e José Wilton Silva, moradores do bairro 18 do forte. “Eu tenho uma mancha no braço e aproveitei para tirar a dúvida, ver se por acaso é hanseníase. Achei muito importante essa iniciativa, é muito útil à população”, afirma Rosângela enquanto espera o atendimento. No caso de José Wilson que trabalha como caminhoneiro, as manchas começaram a aparecer em todo o corpo. “Eu soube da campanha pela TV e corri aqui para o HU Eu pude assistir a palestra e foi muito boa, tirou as minhas dúvidas sobre a doença. Faz uns anos eu tenho algumas manchas na pele e nunca descobri a causa, mas o teste mostrou que não é hanseníase, então, estou mais tranquilo e vou continuar investigando”, expressa o paciente aliviado com o resultado.
A referência técnica do Programa Estadual de Hanseníase da SES, Fátima Dias, falou da importância de romper com o estigma que ainda existe acerca da doença. “Quem tem os sinais e sintomas, precisa comparecer a esse chamado. O nosso grande desafio é quebrar o elevado estigma em relação à doença, que apesar de secular, tem tratamento e cura. O autopreconceito é algo que, às vezes, impede que os pacientes queiram fazer o tratamento em sua unidade de referência, geralmente, eles se deslocam para que o território não saiba da doença. Em muitos casos, os pacientes pedem que seu município não seja comunicado, porém, é preciso tratar a hanseníase, inclusive, as pessoas com quem os casos confirmados moram ou tiveram contato prolongado. Quem transmite a doença são pacientes que têm a doença e estão sem tratamento, começou o tratamento param de transmitir. É uma doença de período de incubação prolongado. O ideal é que os contactantes sejam acompanhados uma vez ao ano para exame de pele e dermatoneurológico, no mínimo. Essa é uma forma de quebrar a cadeia de transmissão”, salienta Fátima.
Em relação à situação da hanseníase em Sergipe, Fátima Dias, afirmou ter havido decréscimo no número de casos em virtude da pandemia. “Há um decréscimo nos números da hanseníase no estado desde 2020 e atribuímos, além do período pandêmico à subnotificação, pois, todo decréscimo precisa ser investigado. Essa redução não é para ser comemorada, mas um alerta de que precisamos investir em mais campanhas informativas, em ações de educação em saúde para que consigamos identificar esses casos de subnotificação. A gente tem um registro expressivo de não investigação de contatos”, disse..
A referência técnica da SES aproveitou para reforçar sobre os sintomas e consequências da falta de tratamento dos casos de hanseníase. “É uma doença que quando não tratada pode levar a sequelas permanentes. Os sintomas mais comuns são manchas na pele com perda de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa. Além disso, a pessoa pode sentir tremores, sensação de fisgadas, o que já revela algum grau de comprometimento da parte nervosa, isso pode ocasionar diminuição ou a perda da contratura muscular, gerando a mão em garra, pé caído, comprometendo a marcha. A doença causa perda da força nos membros superiores e inferiores devido ao espessamento do nervo e, em alguns casos pode ocorrer perda da visão”, destaca Fátima em relação à gravidade da hanseníase.
Fotos: Valter Sobrinho
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