Saúde de Sergipe aponta a proteção ao meio ambiente como uma das razões para deixar de fumar

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), anualmente, orienta por meio de ações educativas a população sobre os riscos do consumo de tabaco. Além das doenças potencializadas por ele e que poderiam ser evitadas, outra razão para deixar de fumar é a proteção ao meio ambiente. 

“O tabaco em seu cultivo, muitas vezes, é realizado com desmatamento, o que afeta o solo e o ar. O descarte inadequado de guimbas ou bitucas de cigarro pode causar incêndios e também gerar  impactos aos recursos naturais”, alerta a Referência Técnica do Programa do Tabagismo (DAPS/CEAPS/GDCNT/SES-SE), Ivete Oliveira Góis.

Muitas pessoas têm recorrido a dispositivos eletrônicos para fumar, inclusive, os jovens. Porém, é preciso salientar que tais recursos proibidos no Brasil também são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. “Cerca de 20% dos jovens brasileiros estão usando esses dispositivos que não são seguros, o uso deles aumenta as chances de se tornarem fumantes na fase adulta. Esse estilo de vida aumenta o risco de doenças cardíacas, pulmonares como, por exemplo, o câncer, os riscos à saúde são maiores do que o cigarro tradicional”, reforça a referência técnica. 

No dia 31 de maio, data de mobilização mundial sem Tabaco, desde 1987, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que as doenças e mortes relacionadas ao tabagismo são evitáveis, ou seja, dependem da conscientização da população em relação ao não uso. Nos mercados nacional e internacional, há uma variedade de itens derivados de tabaco e que são usados de várias formas: fumado, inalado, aspirado, mascado ou absorvido pela mucosa oral. Os produtos contém nicotina, causam dependência e aumentam o risco de contrair doenças crônicas não transmissíveis. 

Uma pesquisa epidemiológica da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL BRASIL -2021), realizada em 26 capitais e no Distrito Federal, mostrou que de setembro de 2021 a fevereiro de 2022, a frequência geral de adultos fumantes foi de 9,1%, sendo maior a predominância no sexo masculino, 11,8%, e no sexo feminino o percentual chegou a 6,7%. Dentre as capitais, Aracaju apareceu com a menor taxa no percentual geral, 4,0%. O número de fumantes do sexo masculino foi de 6,1% e 2,3% fumantes do sexo feminino. 

No Brasil, a forma predominante do uso do tabaco é o fumado, esse hábito que já tem os danos físicos amplamente conhecidos, afeta também a saúde mental. De acordo com uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 34% dos fumantes brasileiros aumentaram a quantidade de cigarros consumidos durante a pandemia da Covid-19, os entrevistados afirmaram uma piora na qualidade do sono e sintomas como tristeza, irritação e solidão. 

“O tabagismo pode ter relação direta com estresse, ansiedade e depressão, tanto em pacientes que já demandam do serviço especializado ou na população fumante em geral.  Em hospitais psiquiátricos, principalmente, de longa permanência, o uso de tabaco é muito frequente. Mas também é preciso que, enquanto profissionais da saúde,  consigamos identificar pacientes tabagistas que podem ser encaminhados para os programas de  tratamento contra o tabaco. A nicotina é uma droga que causa dependência, por isso, é preciso um olhar para a saúde mental de nossos jovens e adultos”, explica Carlos Galberto, referência técnica em Saúde Mental para a Atenção Primária da SES.

Para mudar essa realidade em relação ao adoecimento físico e mental em decorrência do uso do tabaco, a SES não mede esforços em promover Educação em Saúde, objetivando reduzir a prevalência de fumantes e, consequentemente, a morbimortalidade. Em Aracaju, os usuários tabagistas podem ser assistidos por equipes de técnicos capacitados no setor de tratamento do tabagismo que fica no Cemar, localizado na Rua Bahia, s/n, Siqueira Campos e no Hospital da Universidade Federal de Sergipe (HU/UFS) e nos outros municípios sergipanos podem contar com a Rede de Atenção Primária à Saúde.

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