Curso de Gestão em Saúde nos CAPS qualifica profissionais sobre aprimoramento de gestão e serviço na rede de atenção psicossocial

Para instrumentalizar e qualificar os(as) coordenadores(as) dos Centros de Atenção Psicossocial de  (CAPS), a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), iniciou, na quarta-feira, 30, o Curso de Gestão em Saúde nos CAPS. Com seguimento nesta quinta, 1º de dezembro, a capacitação aborda, principalmente, a gestão do cuidado e do serviço na rede de atenção à saúde, com o objetivo de aprimorar os processos de gestão.

Presente na capacitação, a coordenadora do CAPS do município de Japoatã, Fernanda Cardoso, destaca o trabalho e os desafios enfrentados no dia a dia da Rede de Atenção Psicossocial, além da importância de uma capacitação contínua e de trocas com referências que possuem experiência no serviço. “Enxergo essas capacitações como um bote, quando estamos no mar e precisamos de ajuda. Na primeira palestra, por exemplo, a facilitadora Renata falou um pouco sobre a importância do matriciamento (processo de construção compartilhada que cria propostas de intervenção pedagógico-terapêutica) e do PTS (Planejamento Terapêutico Singular), que é algo que precisamos dar ainda mais qualidade nesse processo. Estamos trabalhando isso com a Secretaria Municipal de Saúde, quando vamos discutir e encaminhar os casos, e para além disso, cuidar e administrar a situação em conjunto”. 

Nos dois dias de atividade, a ação ministra exposições dialogadas, com temáticas sobre “Gestão de Rede de Saúde”, “Planejamento e Monitoramento de Ações em Saúde”, ‘Operacionalização de Sistemas de Saúde”, “Criação dos Centros de Atenção Psicossocial”, “Função da Coordenação de CAPS”, “Gestão de Recursos humanos e perfil do coordenador”, além de dinâmicas de grupo e discussões sobre a dinâmica de acolhimento e avaliação de cada dia de capacitação. De acordo com a facilitadora da ação e coordenadora estadual de Assistência Ambulatorial,  Renata R. Buarque Coutinho, é essencial ter atividades permanentes de qualificação dos profissionais e gestores, para que eles aprimorem o seu processo de trabalho. 

Com abordagem sobre o olhar da rede de atenção, Renata falou que às vezes o foco está concentrado no lugar onde eles estão, mas há pontos de atenção dentro dessa rede, daí a necessidade de comunicação com esses pontos: a Atenção Primária, Atenção Hospitalar, e da necessidade de organizar o modelo de atenção, que fica muito voltado aos eventos agudos. “Precisamos voltar nossa atenção para as condições crônicas, e a saúde mental entra nisso, porque é uma condição que muitas vezes é longa ou permanente, que exige diferentes estratégias, recursos terapêuticos diferenciados. Então é preciso organizar o sistema de saúde no qual atuo, para atender essa condição. Enquanto um(a) coordenador(a) de CAPS, preciso ter essa compreensão para conseguir administrar dentro do meu território”, ressaltou. 

Segundo a referência técnica da Rede de Atenção Psicossocial Especializada/DAEU, Suely Matos, a proposta é instrumentalizar e empoderar esses coordenadores para otimizar a gestão do cuidado e do serviço na Rede de Atenção Psicossocial do município, dentro da Rede de Atenção à Saúde. “Estamos fazendo um processo de ruptura de modelo de atenção às pessoas com transtornos mentais ou sofrimento, e que têm problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Essa ruptura de modelo também pede para que a gente possa se estruturar dentro dos instrumentos de gestão do SUS e dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial no Estado de Sergipe”, informou. 

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