O Programa de Reabilitação Pré e Pós-Protetização de Amputados do CER IV auxilia pessoas no processo de adaptação protética
Quinta-Feira, 16 de Fevereiro de 2023
Aos 30 anos, Úrsula Leal foi diagnosticada com condrossarcoma, um tipo de tumor maligno ósseo, localizado no joelho esquerdo. Após o tratamento quimioterápico e a cirurgia para a retirada da parte afetada, fez a implantação de uma prótese. Com o passar do tempo, Úrsula enfrentou outras dificuldades, precisou passar por mais cinco cirurgias e novos tratamentos, além das medicações. Há mais de um ano, ela precisou tomar uma decisão que mudaria a sua vida e amputou parte da perna esquerda.
“Passei por um período que sofria com dores constantes e uma inflamação na área operada. Dez anos depois, precisei trocar a prótese implantada e meu organismo rejeitou. Com isso, os médicos me indicaram novas possibilidades cirúrgicas, mas nenhuma com a garantia de que ia ocorrer tudo bem. O meu corpo já estava muito debilitado e tomei a decisão de fazer a amputação. Hoje, tenho a certeza que foi a melhor solução porque não sinto mais nenhuma dor e eliminei todo o sofrimento”, conta Úrsula.
Após a cicatrização do membro amputado, Úrsula deu entrada no Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Ferreira Aquino – CER IV, equipamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), para a realização do processo de reabilitação. Além do acompanhamento psicológico, Úrsula também realiza sessões de fisioterapia para a adaptação da nova prótese adquirida no Setor de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM), incorporado ao Centro há quase um ano. As sessões de fisioterapia após aquisição da prótese fazem parte de um programa piloto de Reabilitação Pré e Pós-Protetização de Amputados.
“Estou muito feliz. É uma nova etapa que vai transformar a minha vida aos poucos. Com esta nova prótese, serei mais independente para realizar as atividades que fazia anteriormente. É libertador e uma grande conquista para mim porque venho avançando e melhorando cada dia mais”, enfatiza Úrsula.
O Programa de Reabilitação Pré e Pós-Protetização de Amputados do CER IV, em parceria com o Setor de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) não relacionados ao ato cirúrgico, tem como principal finalidade fornecer assistência à pessoa amputada, de membros inferiores, em todas as fases da reabilitação física e a melhora da qualidade de vida e funcionalidade.
Como funciona o programa
Para participar do Programa de Reabilitação Pré e Pós-Protetização de Amputados do CER IV, os pacientes precisam ter um tempo de amputação de, no máximo quatro anos, ser fisicamente ativo, ter histórico de independência funcional e apresentar cicatrização completa do coto (aproximadamente seis meses).
A gestora operacional da Reabilitação Física do CER IV, Ana Carolina de Jesus, destaca ainda outros critérios. “Para ingressar, os usuários precisam fazer parte do fluxo de abrangência de atendimento do Centro, seguindo a deliberação do Colegiado Interfederativo Estadual n.º 046/2022 para a Reabilitação Física, que são as regionais de Nossa Senhora do Socorro, Estância e Itabaiana, além de ter feito a solicitação para recebimento da prótese no Setor de OPM”, salienta.
As amputações elegíveis ao programa são de membro inferior: transtibial, transfemural, desarticulação de joelho e desarticulação de quadril. O plano terapêutico individualizado será de, no máximo, 90 dias para cada paciente. Após avaliação fisioterapêutica, o profissional definirá a quantidade de atendimentos semanais.
Entre as fases de reabilitação estão a modelagem e dessensibilização do coto, fortalecimento e ganho de resistência muscular, treino com dispositivos auxiliares da marcha, em barras paralelas, em terreno plano, com obstáculos e em atividades de vida diária e laborais.
Área de abrangência
Desde o ano passado, a deliberação do Colegiado Interfederativo Estadual n.º 046/2022 para a Reabilitação Física definiu o fluxo de abrangência do atendimento do CER IV para os quatro tipos de reabilitação.
Para a modalidade física estão contempladas as regionais de Nossa Senhora do Socorro, Estância e Itabaiana com a abrangência de 36 municípios sergipanos. São eles: Areia Branca, Campo do Brito, Carira, Frei Paulo, Itabaiana, Macambira, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Pedra Mole, Pinhão, Ribeirópolis, São Domingos, São Miguel do Aleixo, Arauá, Boquim, Cristinápolis, Estância, Indiaroba, Itabaianinha, Pedrinhas, Santa Luzia do Itanhy, Tomar do Geru, Umbaúba, Capela, Carmópolis, Cumbe, General Maynard, Japaratuba, Maruim, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Socorro, Pirambu, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas e Siriri.
O post Saúde Estadual desenvolve projeto piloto para pessoas amputadas apareceu primeiro em Saúde.