O estudo conta com a anuência da Secretaria de Estado da Saúde e do Núcleo de Educação Permanente da unidade hospitalar que tem, entre os eixos de atuação, o apoio à pesquisa científica
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das principais causas de incapacidade adquirida, internações e morte em todo o mundo. No Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), equipamento da Secretaria de Estado da Saúde, uma pesquisa vem sendo desenvolvida para avaliar os fatores preditores que contribuem com o acometimento dos pacientes por AVE. De janeiro a agosto de 2023, mais de 890 pessoas foram admitidas na unidade hospitalar com suspeita de AVE e 163 deram entrada com o diagnóstico da doença.
Fatores de risco como a hipertensão, obesidade, diabetes tipo 2 e o sedentarismo aumentam a probabilidade de ocorrência da doença. O estudo é realizado por mestrandos do Programa de Pós-graduação em Enfermagem (PPGEn) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com orientação da professora Rita de Cássia Almeida Vieira, além do apoio dos graduandos da UFS e da Universidade Tiradentes (Unit), como coletores da pesquisa.
A mestranda Silvia Mayla Santana explica como o estudo é realizado no Huse. “Fizemos a busca pelos pacientes conforme os critérios de elegibilidade estabelecidos na pesquisa. Posteriormente, na abordagem ao paciente e família ou acompanhante, buscamos analisar a história prévia, fatores sociodemográficos, estilo de vida, acompanhamento médico regular, comorbidades e patologias associadas, além da avaliação e aplicação de escalas específicas. Assim, a partir desses dados e escores gerados, avaliamos a correlação destes com impacto no desfecho clínico”, enfatizou
Além da prevenção, o diagnóstico e o tratamento precoce trazem impactos significativos para a sobrevida do paciente, minimizando o impacto quanto às sequelas causadas pelo AVE e melhorando os sintomas iniciais da doença.
Pesquisa
A pesquisa estuda casos como o do jovem Agnaldo Lourenço, de 29 anos, que sofreu um AVE hemorrágico. O paciente é hipertenso e há um mês, sentiu fraqueza, tontura, dor de cabeça, além de alteração no equilíbrio e na fala. Foi levado a uma unidade hospitalar e ficou constatado o AVE, sendo encaminhado ao Huse. “No início foi um pouco desesperador, fiquei muito nervosa, porque sempre imaginamos que o pior poderia acontecer. Mas, aos poucos fui me conscientizando que o tratamento intensivo é ter mais cuidado e uma atenção melhor com a saúde. Todos os médicos e enfermeiros tiravam nossas dúvidas, então, foi um acompanhamento perfeito. Agora, é torcer para a alta hospitalar”, declarou a acompanhante do paciente, Rosemara Ferreira.
A pesquisadora destaca ainda a importância do Huse na assistência dos pacientes com AVE no estado. “É um hospital referência com o maior atendimento aos assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Sergipe. Além disso, conta com equipe especializada de neurologistas, neurocirurgiões, assistência multiprofissional, serviço de tomografia computadorizada e realiza a terapêutica adequada para os pacientes com AVE isquêmico que chegam até quatro horas e meia do início dos sintomas, possibilitando assim um melhor prognóstico e maior probabilidade de recuperação”, salientou Silvia.
O estudo conta com a anuência da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e do Núcleo de Educação Permanente (NEP) da unidade hospitalar que tem, entre os eixos de atuação, o apoio à pesquisa científica. As equipes de neurologia e neurocirurgia também possuem papel significativo para o desenvolvimento do projeto. As universidades também podem submeter outros projetos para serem desenvolvidos no Huse.
Conscientização
Para acolher e levar orientações aos usuários e acompanhantes dos pacientes com Acidente Vascular Encefálico que estão internados no Huse, foi realizada uma ação de conscientização na sede da unidade hospitalar.
Durante o encontro, a pesquisadora buscou especificar as características da doença e os principais cuidados ao paciente depois que ele sofreu um AVE. “Há uma grande necessidade de ampliar o conhecimento da população sobre o AVE, sinais e sintomas e tratamento. É preciso ainda que as pessoas saibam cuidar do seu familiar após a alta hospitalar”, frisou.
Os pacientes internados no Huse, participantes da pesquisa, também são acompanhados após a alta da unidade hospitalar. “Realizamos o acompanhamento dos pacientes que entraram no estudo após três e seis meses do AVE, por ligação telefônica, para verificar como tem sido o retorno ao domicílio, atividades de vida diária, assistência ao paciente por meio da rede de apoio, uso de medicações, acompanhamento médico e acompanhamento multiprofissional que precisa ser continuada fora do hospital”, finalizou a pesquisadora.
A iniciativa foi constituída por uma atividade de extensão em parceria com o Grupo de Estudos em Neurotrauma e Neurointensivismo (Geneuro) e os alunos do Departamento de Enfermagem de Lagarto (DENF/UFS), elaborada em conjunto pelos mestrandos do PPGEn, graduandos da UFS e Unit, sob orientação e idealização da professora Rita de Cássia, coordenadora do grupo de estudos e docente da universidade.
Fotos: Ascom SES
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