População aprova assistência prestada por meio dos produtos derivados da cannabis

Atualmente o Nate atende 63 pacientes na epilepsia refratária, e 26 com comportamento agressivo no Transtorno do Espectro Autista

Com o objetivo de oferecer orientações técnicas para a condução terapêutica à base de cannabis spp, proporcionando um atendimento humanizado e cuidado integral às necessidades de saúde dos pacientes, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), criou o Núcleo de Atendimento em Terapias Especializadas (Nate). Lá, os atendimentos são realizados no Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Aquino (CER IV).

O Nate atualmente oferece dois protocolos. O primeiro para os pacientes com epilepsia refratária que se encaixam em doenças específicas como síndrome de Dravet, síndrome de Lennox–Gastaut (SLG) e Complexo Esclerose Tuberosa (CET); e o segundo para o comportamento agressivo no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Segundo a referência técnica do Nate, Luciano Queiroz, em média o Nate atende 63 pacientes com epilepsia refratária e 26 pacientes com comportamento agressivo no TEA. “As famílias têm interesse em continuar no tratamento, porque os pacientes apresentam uma melhora significativa do comportamento agressivo no TEA e da epilepsia. O canabidiol é uma segunda linha de tratamento, quando o farmacológico não surte efeitos ou há reações adversas aos medicamentos. É um projeto do Governo que tem tido uma ótima aceitabilidade, e é de grande importância”, relatou.

Mães aprovam o Nate

A bancária Mayara Nascimento, mãe de José Miguel, de 8 anos, buscou ajuda de atendimento para que houvesse evolução e melhora no quadro do filho, diante de algumas falhas terapêuticas com outros tipos de medicações, e a não evolução positiva do quadro.

“Nós buscamos ajuda aqui para dar início ao tratamento. O suporte e amparo são bem estruturados, os protocolos bem definidos e claros para as famílias. Vai ajudar bastante não só o Miguel, como diversas famílias que necessitam desse tipo de apoio. Espero que consigamos trilhar um caminho positivo de evolução, que a gente consiga eliminar esses comportamentos inadequados, e que o Miguel consiga cada vez mais ter qualidade de vida”, contou Mayara.

A pneumologista Ana Paula Argolo, mãe de Gustavo, de 14 anos, sentiu-se bastante acolhida. “Fiquei encantada com as instalações físicas do local e com o atendimento. O meu filho tem necessidades sensoriais peculiares e houve pontualidade e acolhimento por parte da toda a equipe, que nos direcionou para receber a medicação no Centro de Atenção Integral à Saúde Case, onde também fomos muito bem recebidos e muito direcionados, com agilidade, eficiência e humanidade. As pessoas nos trataram muito bem e isso me faz acreditar cada vez mais no potencial que temos de ter assistência médica pública de qualidade”, agradeceu.

Como ter acesso

O encaminhamento será feito pelo médico assistente especialista, utilizando-se também de uma ficha de encaminhamento padronizada, informando a falta de resposta aos medicamentos de primeira linha – os antipsicóticos. Após esse processo, o paciente deve se deslocar ao Centro de Atenção Integral à Saúde (Case) para o cadastramento na unidade e retirada do produto.

Em caso de qualquer dúvida sobre o trabalho e como ter acesso ao Nate, basta ligar para o número (79) 3209-8599.

Fotos: Valter Sobrinho

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