Foi discutido como a rede pode oferecer um acolhimento empático às mulheres que enfrentam situações de aborto e que são vítimas de violência
O Comitê Estadual de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal da Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem como objetivo monitorar e analisar os óbitos e recomendar ações de enfrentamento das principais causas. Com esse intuito, nesta quinta-feira, 14, o Comitê promoveu o ‘2º Fórum Construindo Laços de Apoio às Mulheres em Situação de Violência’. O público-alvo foram representantes da sociedade civil e profissionais de vários órgãos que se reuniram para discutir pautas relacionadas ao tema, abordadas de forma intersetorial.
“No ano passado, em nosso primeiro fórum, conseguimos avançar em várias iniciativas, resultando em bons números ao longo de 2024. Nosso objetivo é continuar essa construção coletiva, definindo ações concretas para 2025. O foco deste ano será a acolhida empática de mulheres que enfrentam situações de aborto e que são vítimas de violência. Sabemos que há um número significativo de óbitos entre mulheres que passaram por abortos, e que, em casos de violência, o aborto é garantido por lei. No entanto, muitas dessas mulheres não buscam atendimento ou não recebem o acolhimento necessário”, destacou a gerente de Sistemas e Análises Epidemiológicas da SES, Ana Lira.
Em colaboração com as maternidades presentes, foi discutido como a rede pode oferecer um acolhimento empático a essas mulheres, que, em decorrência da violência, enfrentam gestações indesejadas. É essencial garantir que tenham acesso ao aborto legal, reduzindo assim o risco de complicações e óbitos após o procedimento. Além das maternidades, estiveram presentes representantes de todas as secretarias envolvidas, assim como da sociedade civil, para discutir as possibilidades existentes e o cenário atual de mortalidade.
“Considero este tema de extrema relevância para a sociedade sergipana, não apenas no atendimento a pessoas em situação de violência, mas também na continuidade do suporte a essas pessoas, que muitas vezes ficam sem acompanhamento na rede de serviços. É fundamental acolher de forma mais humanizada aqueles que vivenciam a violência. Além disso, quando essas pacientes engravidam, é crucial respeitar e garantir suas escolhas, seja em relação ao aborto legal ou à entrega segura do bebê. Isso significa proporcionar um acompanhamento verdadeiramente humanizado ao longo de todo o processo”, ressaltou a gerente assistencial da maternidade municipal Lourdes Nogueira, Adriana Bione.
Para a enfermeira do município de Nossa Senhora do Socorro, Noélia Vasconcelos, é fundamental, no contexto da atenção básica, reconhecer a importância do atendimento que se oferece. “Muitas vezes, lidamos com casos desafiadores, tanto com os pacientes quanto com suas famílias, que frequentemente não sabem como buscar ajuda ou para onde ir. Nesse cenário, nosso papel é orientar e fornecer o suporte necessário. Embora seja uma situação difícil, nos esforçamos para encontrar as melhores soluções possíveis. Eventos como este são essenciais para aprimorarmos nossas habilidades e aprendermos a lidar com essas situações de maneira mais eficaz”, finalizou a enfermeira.
Fotos: Flávia Pacheco
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