O Dia Mundial e Nacional do Diabetes é lembrado em 14 de novembro. Em alusão à data e à relevância da causa, a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe e da Coordenação de Promoção e Prevenção à Saúde (Copps), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizou nesta terça-feira, 08, às 8h, uma ação educacional com o tema “Acesso aos cuidados do Diabetes, ele pode chegar sem fazer barulho. A informação dá voz ao tratamento”.
Direcionada a coordenadores municipais da Atenção Primária à Saúde (APS) e profissionais de saúde, o evento contará com três webpalestras: “Acesso aos cuidados do Diabetes”, ministrada pela referência técnica de Prevenção e Diabetes da SES, Eline Rocha; “Papel da Atenção Primária no cuidado com o pé diabético”, ministrada pela secretária de Saúde do Município de Santa Rosa de Lima, a enfermeira e educadora em Diabetes, Luana Ferreira de Menezes; e “Orientações básicas sobre alimentação para o paciente diabético”, ministrada pela nutricionista que atua no Serviço de Especializado de Medicina e Saúde do Trabalho (SESMT), Juliana de Goes Souza.
Na oportunidade, Eline Rocha apresentou um panorama sobre a diabetes, com foco no diagnóstico precoce, fatores de risco, principais sinais e sintomas, o papel da Atenção Primária à Saúde (APS), e dados sobre a incidência da doença, além de abordar sobre a importância dos usuários da APS no acesso à informação. “É muito importante fazer a promoção, a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, que podemos fazer habilmente na APS. Também abordamos como os profissionais podem iniciar esse atendimento na nutrição, pois a alimentação inadequada é um fator de risco”, disse.
Ao abordar sobre o pé diabético, a secretária de Saúde de Santa Rosa de Lima (SE), Luana de Menezes destacou que o pé diabético está entre as complicações mais graves da diabetes mellitus e que acomete cerca de 10 a 25% dos portadores da diabetes mellitus. “Hoje temos um grande número de pessoas acometidas com diabetes, inclusive que não sabem. Há um índice muito alto para as instituições de saúde e ainda tem a problemática das pessoas que são acometidas como pré-diabéticos”.
Ainda de acordo com a gestora, “é tratar da saúde física, psicológica/mental desse paciente, pois ele deixa de ter o que pra ele seria mais importante, o membro inferior, que faz essa pessoa se locomover e ter uma determinada independência. As pessoas precisam buscar as Unidades Básicas de Saúde para fazer os seus exames de rotina e ter seu diagnóstico mais preciso e, a partir daí, realizar o seu tratamento de acordo com a necessidade”, afirmou a secretária.
A nutricionista Juliana de Goes Souza informou que a equipe da Saúde realiza esse trabalho de prevenção às doenças, de acompanhamento dos funcionários da saúde, com atos de prevenção e de promoção da saúde, para evitar o adoecimento do trabalhador, e, nesse sentido, a alimentação saudável é um dos pilares, juntamente à prática de atividade física ou com os outros acompanhamentos. “A palestra teve o objetivo de instruir esses profissionais de saúde, que atendem na APS, a saber orientar os portadores de diabetes, para que eles possam conduzi-los de uma forma que passem a ter mais qualidade de vida, e a saber orientá-los para que a gente consiga tratar esses pacientes de uma forma melhor, evitando que eles congestionem os hospitais com quadros de complicações derivadas do diabetes”.
Ainda de acordo com Juliana, é importante desmistificar o Diabetes, pois as pessoas têm medo quando descobrem o diagnóstico do diabetes. “É preciso saber que não há um alimento específico para um paciente diabético. O que eles precisam é ter mais equilíbrio e moderação no consumo dos alimentos. Os alimentos que eles vão consumir são os alimentos que pessoas que não têm diabetes também consomem, mas é necessário saber a qualidade desses alimentos. Costumo orientar os pacientes diabéticos para que utilizem mais alimentos in natura, ou seja, consumam comida de verdade e desembalem menos, consumam menos produtos industrializados e mais produtos naturais”, ressaltou.
Juliana também pontuou que Sergipe tem uma agricultura muito vasta, o que proporciona um acesso mais fácil a frutas e verduras, que faz o controle da glicemia desse paciente. “Com o consumo de fibras, há o controle da glicemia, o controle do colesterol. Importante optar por alimentos integrais, fazer o consumo de arroz integral, macarrão integral, além de outras fibras, como aveia. Aconselho não ter medo de comer, entretanto é preciso respeitar a quantidade, os horários, não ficar muito tempo sem se alimentar. Isso tudo é positivo para o paciente diabético”.
Dados
O diabetes, é uma condição crônica de alta prevalência no mundo, cuja incidência deve aumentar de forma importante nas próximas décadas, estimando-se um crescimento dos atuais 537 milhões para 783 milhões de pessoas até 2045. O Brasil ocupa atualmente a 6º posição em número de casos, com cerca de 16 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos, cerca de 90% dos casos de DM são Diabetes do tipo 2.
Fotos: Alliston Santos
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