O câncer de mama ocupa a primeira causa de morte de mulheres no Brasil. Em Sergipe, segundo Instituto Nacional de Câncer, de 2020 a 2022 é estimado o diagnóstico de 530 mulheres com câncer de mama no Estado. Para dialogar sobre este assunto de forma ampla, bem como sobre outras enfermidades que acometem o público feminino, a exemplo das doenças crônicas, foi realizado nesta quarta-feira, 19, o Seminário Estadual da Saúde da Mulher, voltado aos profissionais de saúde.
O evento tem como intuito promover as informações mais atualizadas para os profissionais, objetivando melhorias no acesso e cuidado deste público no Sistema Único de Saúde (SUS). A referência técnica de Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde, Elaine Cardoso, destaca que abordar o câncer de mama é fundamental porque a detecção destes casos precocemente podem levar à cura da mulher e melhora na qualidade de vida no pós-diagnóstico.
“Por isso é importante que movimentos sejam feitos de forma a potencializar o olhar do profissional de saúde em busca de sinais ou sintomas que possam estar associados ao câncer de mama. O seminário foi pensado justamente para fortalecer os profissionais que estão na assistência direta ao paciente. Pensamos em um evento com essas temáticas para munir os profissionais com informações atualizadas, possibilitando que eles disseminem dentro das equipes em que trabalham e para toda a comunidade”, destaca.
O Seminário Estadual da Saúde da Mulher, de acordo com a referência técnica, está sendo realizado de uma forma diferente, trazendo abordagens sobre o câncer de mama e munindo os profissionais sobre informações atualizadas de outras doenças. “Estamos no mês de alusão a prevenção do câncer de mama (outubro rosa), mas vamos aproveitar esse mês para falar da mulher de uma forma geral. Estamos abordando questões referentes à prevenção do câncer de mama, sobre as doenças crônicas, a exemplo de obesidade e diabetes, e o impacto dessas doenças na saúde da mulher. Além disso, vamos trazer informações sobre o panorama da morte materna no Estado, por se tratar de um problema de saúde pública que precisamos dar atenção”, explica.
O palestrante André Luiz Moraes, enfermeiro e doutorando em Saúde Pública, durante apresentação fez uma análise crítica sobre as doenças crônicas, bem como do acolhimento dessas mulheres nas UBSs. “O panorama das doenças crônicas em Sergipe não é muito diferente do Brasil, nas mulheres, no geral, tem se demonstrado de forma muito significativa no impacto que elas sofrem, nas atividades que ela tem que desempenhar enquanto pessoa. As mulheres vão às unidades básicas de saúde, no entanto elas sofrem muito porque são os esteios de família. Então, como nós recebemos estas mulheres nas unidades de saúde, e como o sistema de saúde é muito capilarizado, precisamos descobrir o que está falhando. Será se esse público está procurando as unidades como deveriam? as orientações estão sendo absorvidas? elas estão colocando em prática tudo que ouvem? Quero que esses profissionais reflitam sobre isso”, disse.
A enfermeira da Unidade Básica de Saúde do município de São Cristóvão, Sueli dos Santos, participou do evento. “Esse momento é essencial para atualização. Acho fundamental isso para fortalecer a ideia do diagnóstico precoce. É uma forma de ampliar os cuidados aos pacientes. Agora podemos levar esse leque de informações para as pacientes”, finalizou.
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