Curso Técnico em Vigilância em Saúde: discentes apresentam Projetos de Intervenção em seminário

Elaborado pelos discentes do Curso Técnico em Vigilância em Saúde, executado pela Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), os Projetos de Intervenção têm o objetivo estimular os estudantes a refletirem sobre problemas reais observados no seu território de atuação e elaborar propostas de ações para transformação dessa realidade. Desde fevereiro os discentes elaboraram os seus projetos, com orientação dos docentes da Coordenação de Educação Profissional. O seminário ocorreu nesta quinta-feira, 15, e contou com a defesa de 11 projetos. 

A ideia dos projetos é sanar ou minimizar esses problemas, com base nos conteúdos estudados no decorrer do curso. Entre os trabalhos apresentados, esteve o projeto sobre a reciclagem de óleo de cozinha, da estudante Amanda Cardoso, que é bióloga e já atuou na Vigilância Sanitária do município de Riachão do Dantas. “Durante a construção do projeto, as disciplinas abordaram essas temáticas, pois precisamos conhecer o território de estudo, para sugerir melhorias, visto que é uma intervenção no local. Então avaliei que teria mais condições de aplicar o projeto na localidade onde moro”, explicou. 

Embora a Prefeitura de Aracaju não tenha um programa específico para a reciclagem do óleo, a na área que Amanda estuda há iniciativa de reciclagem. Ela afirma que há incentivos privados, a exemplo de uma empresa privada que fabrica materiais de limpeza e instalou dois pontos de coleta na região. Em sua análise, a estudante levantou a problemática do crescimento do bairro, e observou que dois pontos de coleta ainda eram poucos para a quantidade de pessoas residentes no bairro. “A partir dessa análise, apontei questões sobre o acesso dessas pessoas, se elas sabem que existem esses pontos e as causas disso. Foi esse o meu olhar: sobre a pouca adesão da coleta do óleo”. 

O óleo é um alto poluidor ambiental, que contamina as águas, prejudica e encarece os sistemas de tratamento de esgoto, e atinge a comunidade, segundo destacou Amanda. “Uma solução viável para o resíduo é possibilitar que ele retorne à cadeia produtiva, fazer a reciclagem desse material. Existem vários componentes que podem ser criados a partir do resíduo do óleo. O objetivo era educar e conscientizar a população em relação a esse descarte inadequado do óleo. Se o meio ambiente está poluído, isso atinge a nossa saúde, pois existe uma relação entre meio ambiente e saúde, que é uma das pautas mundiais mais importantes da atualidade”, ressaltou a estudante. 

O professor do curso e especialista em Política e Educação em Saúde da ESP-SE/Funesa, Francisco Santana, afirmou que, ao longo desses meses, os estudantes idealizaram o projeto que quiseram trabalhar, sob orientação do corpo docente, com a premissa de que o trabalho tivesse conexão com o Sistema Único de Saúde (SUS). “Há cerca de três meses, eles tiveram um momento de qualificação dos trabalhos, onde tiveram a oportunidade de trazer questões ainda pouco amadurecidas, para construir, coletivamente, a solução para aqueles problemas, já com novos apontamentos para o desenvolvimento, já que ainda haviam falhas a serem adequadas”, disse.

Ainda de acordo com o docente, a função desse processo é se debruçar sobre os projetos que estão em andamento, instrumentalizar com sugestões e, em contato com os orientadores, concluírem os trabalhos. “Os alunos produziram conteúdos conectados com o SUS e que apreciam problemáticas do cotidiano do SUS. Sem dúvidas eles saem dessa experiência com uma visão diferente. Esse curso envolve as áreas de Vigilância Ambiental, Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde, e Saúde do Trabalhador. Eles estão se formando com um olhar profundo em quatro vigilâncias, que são a essência do SUS”, ressaltou Francisco. 

Curso Técnico em Vigilância em Saúde
O Curso Técnico em Vigilância em Saúde tem o objetivo de formar técnicos de nível médio para contribuir no processo de implantação e implementação de mudanças no sistema de saúde. A qualificação integra diversas áreas de conhecimento e aborda diferentes temas, como: política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde, e processo de trabalho.

No âmbito do SUS, a atuação do técnico de Vigilância em Saúde depende do segmento da Vigilância que ele faz parte e da instância federativa na qual está inserido. No âmbito municipal, o trabalho é predominantemente de campo, com fiscalização “in loco” nos diversos serviços, e alimentando sistemas municipais de informação. A instância estadual tem caráter de planejamento, fiscalização (portos, aeroportos, fronteiras), financiamento, e fomento às instâncias municipais. Já a instância federal realiza, em sua maior parte, as atribuições estaduais na dimensão nacional.

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