Data marca luta pela inclusão de pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
Desde 2007 o dia 2 de abril possui um significado bastante relevante com a celebração do Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em 2018, a data ganhou uma nova força e passou também a ser nacionalmente reconhecida, a partir da Lei Federal nº 13.652/2018. A data visa difundir e ampliar informações para a sociedade, reduzir a discriminação e o preconceito, além de ser mais um marco de luta pelos direitos e pela inclusão da pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). O autismo é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento e possui características que podem interferir na capacidade de comunicação, no comportamento, na interação social, entre outras.
“É importante observar as alterações nos marcos de desenvolvimento das crianças. As primeiras características, como por exemplo, a demora para falar ou não verbalizar, o contato visual reduzido, as dificuldades em compartilhar momentos com outras pessoas, manias repetitivas e fixação de rotina, hipo e hiper sensibilidade sensorial, podem ser percebidas ainda na infância. O diagnóstico precoce e o acompanhamento multidisciplinar é fundamental para a melhoria da qualidade de vida da pessoa com TEA”, declara a fonoaudióloga e também gestora operacional da Reabilitação Intelectual/ TEA do Centro Especializado de Reabilitação IV (CER IV), da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Francielle Dias.
O diagnóstico do TEA de Miguel dos Santos, de 4 anos, veio quando ele tinha um ano e nove meses. “Comecei a desconfiar que ele possuía comportamento diferente dos meus outros dois filhos. Fui pesquisar e procurar apoio profissional e tive o diagnóstico. No início foi um choque. Mas, muito mais do que receber o diagnóstico, tive muito medo como a sociedade iria acolher o meu filho. Nunca gostei do olhar de pena. Ele pode ter algumas limitações, mas é igual a qualquer criança”, conta Alcione dos Santos, mãe de Miguel.
Atualmente, Miguel realiza seu acompanhamento no CER IV com uma equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O Centro conta ainda com outros profissionais que atuam de acordo com a necessidade de cada paciente. “O CER IV fez muita diferença na vida do meu filho e tem sido muito importante para o desenvolvimento dele. Cada descoberta e aprendizado é como se eu ganhasse na loteria. São conquistas diárias que valem a pena. Miguel veio me ensinar o verdadeiro amor, junto aos meus outros filhos. É um olhar diferenciado. Além de todo o acompanhamento, a gente se sente bastante acolhido”, comenta a mãe de Miguel.
Entre um biscoito de chocolate e outro, Miguel, todo sorridente e participativo, contou o que mais gosta no CER IV. “Faço muita coisa aqui. Gosto de fazer brincadeiras com massinha de modelar. Ganhei duas caixinhas”, diz.
Conscientização
A psicóloga e gestora operacional da modalidade Intelectual/TEA do CER IV, Ana Carolina Carvalho, destaca a importância do Dia Mundial e Nacional de Conscientização do Autismo, celebrado neste domingo, 2 de abril.
“A data é um marco para aquilo que a gente precisa lembrar o ano todo: o respeito e a igualdade de direitos para todos! Como cidadãos, precisamos estar inseridos nesse contexto, auxiliar e promover a inclusão dessas pessoas em todos os espaços”, salienta a psicóloga e gestora operacional da modalidade Intelectual/TEA do Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Ferreira Aquino (CER IV), Ana Carolina Carvalho.
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