Enfermeira da Saúde do Estado é selecionada para premio nacional do pelo Conselho Federal de Enfermagem

Há seis anos no Hospital Regional e Maternidade de Propriá, a enfermeira Maria Luíza Bezerra, colhe os frutos da escolha que fez quando decidiu migrar da área de enfermagem generalista para a de obstétrica. Nesta semana, o seu trabalho ‘O enfermeiro no processo parir/nascer: estratégia de cuidado e humanização do parto no Hospital Regional de Propriá-Se’ foi selecionado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A proposta concorreu com outros 153 trabalhos, ficou entre os 30 selecionados no país e entre os três do Nordeste.

Tudo começou com uma vontade e uma oportunidade. A vontade era dela, de atuar como enfermeira obstétrica, e a oportunidade foi dada pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), órgão da Secretaria de Estado da Saúde, que abriu seleção para um curso de especialização em enfermaria obstetrícia pela Universidade federal de Sergipe (UFS). Maria Luíza foi aprovada e durante um ano aprimorou os conhecimentos que, comprometeu-se ela, seriam aplicados na maternidade. “Meu compromisso comigo mesma foi o de corresponder à altura do benefício que recebi”, disse.

E assim fez. Com as colegas de profissão da casa realizaram tratativas junto à gestão de implantação do redimensionamento da prática da enfermeira obstétrica, o que foi executado com sucesso graças ao apoio da secretária de Estado da Saúde, Mércia Feitosa, e da superintendência da unidade. O objetivo era mudar as práticas de parto e nascimento, com foco na humanização. A partir daí, a maternidade passou a ter um enfermeiro obstétrico na classificação de risco, na sala de parto, no centro cirúrgico e no alojamento conjunto, ou seja, as mulheres passaram a ter o acompanhamento do profissional especializado do acolhimento ao puerpério.

Com o redimensionamento, que aconteceu em 2021, a equipe da maternidade começava o enfrentamento a um cenário que não se coadunava com as orientações do Ministério da Saúde em relação ao parto. À época, com uma média de 93 procedimentos por mês, cerca de 60% dos partos realizados na maternidade do Hospital Regional de Propriá eram cesarianos. Essa realidade mudou e as taxas se inverteram. Atualmente, 30% das parturientes vão parar no centro cirúrgico.

Outro fato que merece destaque é que os partos de risco costumeiro são feitos pelas enfermeiras obstétricas. O médico obstetra é acionado para os partos cesarianos (por necessidade ou escolha da parturiente) e nos de risco costumeiro quando há distocia (qualquer perturbação no bom andamento do parto). “Respeitamos o direito da paciente de escolher de que forma ela quer parir, mas fazemos todo um trabalho de sensibilização, mostrando os benefícios do parto de risco costumeiro tanto para a mulher quanto para o bebê. Nosso foco sempre é o parto humanizado”, disse Maria Luíza.

Toda essa experiência foi reunida em um trabalho premiado, que será apresentado em maio durante seminário do Conselho Federal de Enfermagem e Organização Pan-Americana da Saúde, em Brasília. O evento, segundo Maria Luíza, se reveste de grande importância porque irá reunir as maiores autoridades sanitárias do país. “E Sergipe estará na vitrine”, completou.

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