Enfermeiros do SAMU participam de treinamento em serviço de telecardiologia

Garantir a equidade do tratamento ao paciente vítima de infarto, com rapidez e qualidade. É com essa visão que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU) vem realizando treinamentos sobre o serviço de telecardiologia, com médicos e enfermeiros que atuam no atendimento a esses pacientes. Em prática há cerca de trinta dias, o serviço já é considerado um sucesso, conseguindo transportar pacientes para a hemodinâmica de várias cidades do interior que até bem pouco tempo não teria acesso a esse tratamento.

“Há cerca de cinco anos, um estudo mostrou que em Sergipe havia uma disparidade muito grande no tratamento oferecido aos pacientes com infarto quando se comparava o serviço público com o serviço privado, a gente via que os pacientes do serviço privado conseguiam chegar na hemodinâmica, que é o lugar onde é feito o tratamento para o infarto agudo, e o paciente do SUS não conseguia por uma série de questões, a principal delas é acessar uma porta de hemodinâmica pública já que todo serviço do Estado é concentrado aqui em Aracaju”, explicou o coordenador médico do SAMU Sergipe e coordenador médico do eixo crítico do Huse, José Edvaldo dos Santos.

Ele ressaltou ainda. “A ideia do serviço de colocar o SAMU nisso foi para permitir que o médico desse o diagnóstico precoce e para facilitar o transporte do paciente até o Hospital Cirurgia onde, através de uma atuação das direções do SAMU e do hospital, a gente conseguiu uma porta facilitada, então isso ajudou muito a chegada desses pacientes a hemodinâmica em tempo hábil. A gente tá tratando de uma doença que o tratamento é tempo dependente, a gente tem que levar esse paciente para hemodinâmica em até 6 horas e muitas vezes o tempo se perdia quando a gente não conseguia acessar o paciente”, disse o médico.

Mas o SAMU não é destinado apenas para esse tipo de atendimento e como o número de pacientes é maior do que o número de ambulâncias disponíveis para isso, a nova ideia foi utilizar o Serviço Intermediário de Vida (SIV) e nesse transporte quem atua é o enfermeiro que está sendo treinado. “Quando a gente colocou o SIV para funcionar duplicamos a quantidade de ambulância que está preparada para isso, então esse treinamento é para apresentar aos enfermeiros do SAMU o serviço de telecardiologia e ao mesmo tempo já treiná-los para fazer o transporte desses pacientes com segurança”, enfatizou José Edvaldo dos Santos.

Tratamentos

Existem dois tipos de tratamentos para o infarto, um que é feito na hemodinâmica chamado de angioplastia e outro que é feito através da administração de uma medicação chamada de fibrinolítico que é administrada dentro da ambulância. Os dois serviços podem ser acessados ao mesmo tempo, dependendo apenas da distância entre o local onde o paciente está, até a chegada em Aracaju, esse tempo é quem define qual tratamento será ofertado ao paciente.

 “Eu digo sempre que o serviço não é uma coisa exclusiva do SAMU, é uma política de saúde. A gente está estabelecendo agora a garantia da equidade do tratamento e acabando com a disparidade que tinha entre o paciente do plano de saúde privado e do plano público do SUS, então agora a gente garante que o paciente do Sistema Único de Saúde tenha o mesmo direito e a garantia do serviço na mesma rapidez que serviço privado oferece”, pontuou o coordenador médico.

Participantes

Quem participou do treinamento em serviço de telecardiologia destacou a importância do serviço para salvar vidas. “Esse é um treinamento extremamente importante porque nos dá um reforço quando a gente pega um paciente com suposto infarto ou outra doença cardiológica, onde a gente tem o suporte da telemedicina, nos dá um conforto principalmente para o enfermeiro que hoje está trabalhando na viatura de suporte intermediário de vida que é o SIV e nos dá um suporte de segurança para tratar esse paciente com mais rapidez, diminuindo o tempo resposta na resolução do tratamento desse paciente para ele não agravar”, disse a enfermeira do SAMU, Quenaua Gouveia Nabuco.

Já o enfermeiro da USA Propriá, Luan Araújo Cardoso, uma preparação para uniformizar a conduta assistencial do paciente. “Esses treinamentos são imprescindíveis, principalmente, pela característica do nosso serviço que preza muito pelo atendimento rápido, imediato e consequentemente a gente precisa dessa preparação prévia para esses momentos que somos solicitados. Não existe tempo para pensar nas diferentes possibilidades de fazer, esses treinamentos acabam uniformizando a conduta, a assistência, estabelecendo protocolos e tendo em vista a dimensão que é a possibilidade de atendimento. É uma oportunidade para a gente não engessar, mas padronizar as nossas ações com o que existe de mais atual”, finalizou.

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