O procedimento transfusional realizado no ambulatório do hemocentro é uma das formas de tratar a alteração genética
Nesta sexta-feira, 27, é celebrado o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com doenças falciformes. O Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), equipamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), presta assistência a cerca de 230 pessoas, dentre crianças e adultos, com o diagnóstico da enfermidade.
A doença falciforme é hereditária e provoca má-formação nas hemácias (glóbulos vermelhos). As células normais são arredondadas e maleáveis. Com as alterações provocadas pela doença, essas células passam a ter um formato de meia lua ou foice que impedem a circulação de sangue e oxigênio para tecidos e órgãos, situação que pode provocar várias complicações. Dentre elas, dores nas articulações, anemia, olhos amarelados, atraso no desenvolvimento e no crescimento infantil, inchaço em punhos e tornozelos. A doença causa ainda aumento do baço e o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Assistência
Riquelme Xavier dos Santos, 14 anos, morador de Indiaroba, realiza seu tratamento no ambulatório do Hemose desde os 4 anos de idade, período em que a mãe, a agricultora Rita Lima Xavier, conseguiu o diagnóstico. Ela conta que se deslocou para muitas unidades de saúde e hospitais até ter seu filho encaminhado para receber assistência médica correta.
“Por causa da doença, Riquelme precisa passar constantemente por consulta com médico hematologista, que passa a medicação e, se ele estiver com fortes dores nas articulações, precisa receber a transfusão de hemácias”, conta.
No caso da Maria Sophia Santos Almeida, 13 anos, moradora de Macambira, a descoberta da doença foi recente. “Ela começou a sentir dores e sofrer com hemorragias contínuas. Depois de alguns exames foi confirmado o diagnóstico”, explica a mãe da menor, Valdilene de Jesus Santos, durante uma consulta.
Diagnóstico e Tratamento
O teste do pezinho é o principal meio para diagnosticar as doenças falciformes e deve ser realizado logo nos primeiros dias de vida das crianças. Outra forma é o exame de sangue eletroforese de hemoglobina, feito nos pequenos com mais de seis meses e em adultos. Ambos os testes são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A gerente do Ambulatório e Apoio Terapêutico do Hemose, enfermeira Juliana Silva Nascimento, destaca que as pessoas com doenças falciformes têm direito ao diagnóstico precoce e ao tratamento. “O Ministério da Saúde tem um protocolo clínico de diretrizes terapêuticas voltado para o público que é seguido em todos os hemocentro no Brasil”, salienta.
A gerente explica, ainda, que para receber atendimento no Hemocentro de Sergipe, os pacientes devem ser encaminhados pela Unidade Básica de Saúde. “Aqui esse paciente recebe acompanhamento pelo médico hematologista, que faz todo o acompanhando com a indicação do tratamento medicamentoso e a realização de transfusões de hemácias em casos mais graves”, detalha Juliana, frisando que o tratamento melhora a qualidade de vida dos pacientes, já que alivia a fadiga e as dores intensas nas articulações através do controle dos níveis e qualidade das hemácias.
Em Sergipe, as pessoas com doenças falciformes são assistidas no Ambulatório do Hemose por equipe multiprofissional composta por: médicos, pediatra, hematologistas, ortopedista, odontóloga, fisioterapeuta, psicóloga e assistente social. O serviço funciona diariamente de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Mais informações entre em contato através dos telefones: (79) 3225-8000 e 3225-8046.
Fotos: Ascom SES
O post Hemose orienta sobre diagnóstico e tratamento da doença falciforme apareceu primeiro em Saúde.