Janeiro Roxo: mês de conscientização e combate à Hanseníase

A Hanseníase é uma doença crônica, milenar e cercada de estigmas. Embora esse contexto, a doença tem tratamento gratuito disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), podendo evoluir à cura quando tratada corretamente. Neste sentido, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), apoia, incentiva e recomenda a conscientização e mobilização das ações relacionadas à luta contra à Hanseníase, em alusão ao Janeiro Roxo.

“O Janeiro Roxo foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o momento para sensibilização da sociedade sobre a temática Hanseníase. As atividades sobre Hanseníase ocorrem ao longo do ano, mas o mês de janeiro é o momento de parar, refletir a respeito das ações desenvolvidas para eliminação da doença enquanto problema de saúde pública. É o momento de ampliar a discussão sobre as formas de contágio e reforçar que a Hanseníase é uma doença que tem cura e tratamento gratuito. Com informação qualificada, conseguiremos desconstruir o estigma e preservar os direitos da pessoa acometida pela Hanseníase”, salienta a referência técnica do Programa de Vigilância e Controle da Hanseníase da SES, Maria de Fátima Dias.

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a Hanseníase é caracterizada por manchas com alterações na sensibilidade, afetando, principalmente, membros superiores, inferiores podendo afetar a visão, se não tratada no tempo oportuno, a doença pode levar à incapacidade permanente. Para controlar a doença no estado, a SES através do Programa de Vigilância e Controle da Hanseníase, realiza o monitoramento das ações junto aos municípios. Os dados da SES apontam que nos últimos três anos houve um decréscimo no número de notificações da doença em Sergipe. Em 2019 foram registradas 312 notificações no estado, em 2020 o número caiu para 250 e em 2021 foram 246.

Para um cenário positivo, a SES vem estimulando as ações de busca ativa e de educação em saúde para a comunidade em geral, prestando apoio técnico e desenvolvendo atividades de educação permanente com o objetivo de ampliar a detecção precoce, investigação dos contatos e tratamento dos pacientes. “A SES investe em apoio específico aos municípios por meio de encontros presenciais e à distância por meio de reuniões remotas em virtude das limitações causadas pela pandemia, mantendo um canal constante de diálogo com os municípios. Realizamos recentemente uma ação com as coordenações de Atenção Primária à Saúde e Vigilância Epidemiológica para discutir o planejamento das ações de controle e vigilância da hanseníase em Sergipe, conta a responsável técnica de vigilância e controle da Hanseníase.

Sinais de suspeição

Os sinais de suspeição da Hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa; áreas com diminuição dos pelos e do suor; fisgadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; diminuição da sensibilidade e da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de nervos.

Diagnóstico
O diagnóstico da Hanseníase é clínico realizado por meio do exame geral e dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas, motoras e autonômicas. O diagnóstico é feito pelos profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS), na Atenção Primária. A transmissão ocorre quando uma pessoa com Hanseníase, na forma infectante da doença, ou seja, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro).

Prevenção
Vacinação com BCG, de acordo com calendário vacinal, vacinação de contratos, diagnóstico e tratamento precoce são as principais formas de prevenção para novas infecções pela Hanseníase.

Tratamento
O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas unidades de referência. Os medicamentos são seguros e eficazes. Ainda no início do tratamento a doença deixa de ser transmitida. No tratamento são utilizados três medicamentos denominado Poliquimioterapia Única (PQT-U) e está disponível nas apresentações adulto e infantil, disponibilizada de forma gratuita e exclusiva no SUS.

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