Dando sequência a programação da campanha Setembro Verde, foi realizada na manhã desta quinta-feira, 2, no auditório do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), a Jornada de Sensibilização para Doação de Órgão. Profissionais de saúde, equipe multidisciplinar e estudantes da área da saúde participaram do evento que inicialmente contou com a apresentação de representantes da Central Estadual de Transplantes (CET), da Organização a Procura de Órgãos (OPO) e do Banco de Olhos de Sergipe (BOSE), debatendo sobre o Transplante em Sergipe e a Manutenção do Potencial Doador.
A OPO Sergipe atua com busca ativa dentro do Huse, nas unidades críticas intensivas e semi-intensivas, assim como nas emergências, funcionando 24 horas com técnicos de enfermagem, assim como na emergência. A equipe assistencial é questionada se eles têm pacientes neurologicamente graves, irreversíveis e que suspeitam de morte encefálica e a partir daí é acompanhada toda a manutenção da hemodinâmica para poder abrir e fechar o protocolo, além de identificar se o indivíduo é um potencial doador, como explica a enfermeira da OPO Sergipe, Fabiana Brito.
“Nossa conversa foi sobre a atuação da OPO Sergipe, o que é, como foi instituída, qual é a portaria do Ministério da Saúde e como ela atua no Estado, além do nosso papel em relação ao processo não só de protocolos de morte encefálica, como também o processo de doação de órgãos e toda logística dessa capacitação. Precisamos mostrar a importância da notificação dos pacientes neurologicamente irreversíveis, que podem evoluir para morte encefálica e serem potenciais doadores”, enfatizou a enfermeira da OPO.
Já a Responsável Técnica pelo Banco de Olhos de Sergipe, Ana Carla Bittencourt, informou. “Tivemos algumas quedas devido a Covid-19, para se ter uma ideia, em 2020 realizamos 48 transplantes, este ano já estamos em setembro e conseguimos realizar até o momento 32 transplantes. Desde a fundação do BOSE em 2009, nós já realizamos 1.834 transplantes entre ópticos e tectônicos”, pontuou.
A coordenadora do Projeto Doar-se, Viviane Fernandes, participou do evento e destacou que o projeto é fruto de atividade de pesquisa desde a graduação ao doutorado e ele tem o objetivo de levar a educação doadora para a população sergipana, fundamental para que o processo que está sendo realizado nesse momento chegue onde ele precisa chegar, para as alterações que precisam se realizar a médio e longo prazo.
“O Setembro Verde é setembro vida, porque trabalhar com a doação de órgãos é trabalhar com a valorização dessa vida, também é inclusão social porque a partir do momento que uma pessoa tem acesso ao transplante a sua vida é completamente transformada e essa pessoa tem a oportunidade não só de viver mais e melhor, mas também tem a oportunidade de ser inserida na sua vida social”, explicou Viviane Fernandes.
Durante o evento foi debatido também sobre o papel do psicólogo na comunicação de más notícias. “O trabalho do psicólogo começa quando o paciente entra no hospital, a partir daí já começa a primeira má notícia e assim que a família se dispõe a vir para o hospital o psicólogo começa a trabalhar os eixos de investigação, como iniciou a interação do hospital, médico e família, como foi o diagnóstico reacional da família, não é uma escuta simples, é importante saber como estão às emoções da família”, declarou a psicóloga do Huse, Uquênia Glória Brito.
A médica em terapia intensiva do Huse, Myrna Ribeiro Bicudo, destacou a importância do potencial doador. “Trouxe um pouco da experiência da manutenção de prováveis doadores, não só para a equipe médica, mas para enfermeiros e técnicos que também são profissionais que precisam estar atentos a esse controle, para que a gente tenha um resultado final bom, um doador de qualidade para que a gente entregue para as equipes de captação e para as equipes que vão levar os órgãos captados pela gente para outros estados, um órgão de qualidade e que a gente tenha sucesso no enxerto do transplantado”, disse.
Já o neurocirurgião do Huse, Caio Lopes Pinheiro, esclareceu sobre o diagnóstico de morte encefálica. “Conversamos sobre o diagnóstico clínico da morte encefálica, a gente vive ciclos e o trabalho que a OPO e a CIHDOTT desenvolve, além de todos os que estão ligados ao transplante é muito cíclico, um trabalho muito pesado e difícil, então a gente começa naquele gás intenso e depois o dia a dia é bem difícil, tem muita desinformação, a gente faz campanha e melhora um pouco, mas depois há recusa, o acolhimento não consegue ser adequado, às pessoas muito revoltadas e é um trabalho muito difícil porque a gente está selando o destino de um paciente, isso é bastante pesado para a gente e toda a equipe”, pontuou o neurocirurgião.
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