Mulheres são assistidas até a ameaça à saúde passar ou o parto acontecer, o que pode significar uma demanda de meses de internação
A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), conhecida popularmente como Lourdinha, é referência na assistência de alta complexidade no estado de Sergipe. Ela é também a unidade que acolhe gestantes em situação de risco, seja para si mesma ou para o bebê. Os cuidados com os dois permanecem até a ameaça passar ou o parto acontecer. Esse tipo de tratamento pré-parto pode levar dias ou meses. Foi o que aconteceu com Silvana da Silva Cruz, de 29 anos de idade, internada na Ala Rosa da maternidade desde seis de fevereiro, quando estava com 18 semanas de gestação e perdendo o líquido amniótico.
Esperando gêmeos, Silvana foi acolhida e recebeu atendimento seguindo os protocolos indicados para o diagnóstico de bolsa rota, que é o rompimento da membrana amniótica antes da gestante iniciar o trabalho de parto. Ela precisará esperar de 34 a 37 semanas para dar à luz em parto cesariano, segundo informou a enfermeira assistencial da Ala Rosa, Raquel Ferreira Melo. Até lá, Silvana continuará internada, com uma rotina de cuidados que passa da auscultação dos batimentos cardíacos dos bebês (manhã e noite) a aferição da pressão e temperatura da mãe.
Com 25 semanas de gestação completadas nesta terça-feira, 21, Silvana falou da importância do serviço de alta complexidade da maternidade para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “É maravilhoso a gente poder contar com um atendimento de alta qualidade, como o que estou recebendo aqui na Lourdinha. Os profissionais atuam de forma muito humanizada, tanto é que aos poucos estou vencendo o medo de perder os meus bebês. Sei que o risco existe, mas estou mais confiante, com uma enorme sensação de alívio. Tenho fé que tudo dará certo”, declarou.
Assim como as demais gestantes que aguardam o parto na Ala Rosa, Silvana tem recebido acolhimento das equipes assistenciais. “Nosso relacionamento é muito bom. Brincamos e conversamos bastante, são profissionais muito humanos”, disse.
Por causa da relação saudável com os pacientes, no Dia Internacional da Mulher, Silvana teve a barriga pintada pela residente de enfermagem, Akaciane Souza, com a imagem que ilustrava os gêmeos José Miguel e José Rafael. A paciente relatou que os bebês não mexiam durante a auscultação, até o dia em que o exame foi realizado por Akaciane. Depois disso, sempre às dez horas da manhã os gêmeos ficavam ativos. Emocionada, a residente presenteou Silvana com a arte gestacional.
Humanização
A residente de enfermagem relatou emocionada o vínculo que criou com Silvana e os gêmeos. “Acompanhei a gestante Silvana em seu internamento na Ala Rosa e criei um vínculo especial com ela e com os gêmeos Miguel e Rafael. Durante o exame, gostava de conversar com eles e a primeira vez que os bebês mexeram eu estava presente auscultando seus batimentos. Isso deixou Silvana bastante emocionada e essa emoção me contagiou. Durante a pintura na barriga, os bebês foram estimulados pelo toque, pela sensação dos pincéis que causam cócegas e a mãe sentiu essa movimentação também”.
De acordo com a enfermeira Raquel Melo, tanto mãe quanto bebês passam bem. Apesar dos riscos, a paciente está evoluindo bem. “Estamos todos bem ansiosos para ver os bebês sendo amamentados pela mãe”, relatou a profissional da Ala Rosa, destacando que a humanização é um padrão de trabalho na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.
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