Método Canguru resgata vínculo entre mães e filhos de partos prematuros

Maternidade Nossa Senhora de Lourdes é referência nacional e a única que executa o método em Sergipe

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, investe para manter e qualificar o Método Canguru, uma política nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), executada em Sergipe unicamente na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.

Sua missão maior é o resgate do vínculo entre mãe e filho, muitas vezes prejudicado durante o parto prematuro uma vez que, na maioria dos casos, o bebê segue imediatamente para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (Utin) e, às vezes, as mães nem chegam a vê-los. 

A restauração do vínculo é o princípio para que tudo possa acontecer em favor da vida e da saúde dos que nasceram antes da hora, segundo atesta a coordenadora Estadual do Método Canguru, Amanda Kelly Freitas Barreto, salientando a assistência humanizada ofertada às mamães e bebês que participam do processo, executado por equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada e articulada.

Segundo ela, ao contrário do que se pensa, o Método Canguru acontece em toda a maternidade e é o maior do país em número de leitos em um mesmo hospital, com 27 camas. Amanda explicou que o Método Canguru ocorre em três etapas, começando na Utin e Uncinco (unidade intermediária), onde o bebê é cuidado. Os pais são ali acolhidos e podem ficar com seus recém-nascidos, iniciando as práticas do Canguru.

Estímulos

“Estimulamos os pais a participarem dos cuidados do bebê ainda na Utin, de fazer o contato pele a pele o quanto antes, de pegá-lo no colo se as condições clínicas permitirem”, disse a coordenadora, acrescentando que a segunda etapa acontece na Ala Verde, onde os bebês ficam todo o tempo com as mães, que são orientadas e preparadas para cuidar das crianças, inclusive para observar sinais como pezinho roxo ou rosinha, respiração e temperatura, bem como para saber posicionar o bebê corretamente na posição canguru.

A terceira etapa é executada no Ambulatório de Acompanhamento Maria Creuza, um serviço especializado multiprofissional. “O trajeto do bebê é muito bem traçado, desde o momento em que chega aqui, passa pelas etapas e depois a alta para casa. Quando isso ocorre, a assistência dele é vinculada ao hospital, ambulatório de acompanhamento e à Estratégia Saúde da Família”, informou.

Tudo novo

Para a auxiliar de cozinha Andreza Nunes Santos, 28 anos, moradora do Santa Maria, ter um filho prematuro é um desafio. A bebê nasceu na 33ª semana de gestação, pesando 932 gramas. Após 20 dias na Utin e recebendo as práticas do Método Canguru, encontra-se na Ala Verde. Sua evolução é boa e já pesa 1.620 gramas.

“É tudo novo, ela é minha terceira filha, mas a primeira prematura. Se não tivesse passando pelo aprendizado do Canguru, seria ainda mais difícil”, declarou.

Beatriz de Jesus Santos, 21 anos, estudante, está encantada com a sua prematura e primeira filha, que nasceu no sétimo mês de gestação, com 1.400 gramas e dentro de um carro de aluguel a caminho da maternidade.

“Ao chegarmos, recebemos toda a assistência de que precisávamos e estamos bem, principalmente, porque estou aprendendo a cuidar do meu bebê com uma equipe multiprofissional. Sou muito grata”, disse.

Foto: Flávia Pacheco

O post Método Canguru resgata vínculo entre mães e filhos de partos prematuros apareceu primeiro em Saúde.