Marcos Fonseca trabalha no Huse há 33 anos e atua como enfermeiro na Organização de Procura de Órgãos
O estado de Sergipe terá um profissional de saúde atuando como voluntário na missão humanitária em Roraima (RR) para resgatar e ajudar indígenas Yanomami que sofrem com malária e desnutrição severa. O enfermeiro do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) Marcos Aurélio da Silva Fonseca, 56 anos, viaja nesta sexta-feira, 3, e deverá ficar no território indígena por cerca de 10 dias.
Fonseca vai compor a equipe da Força Nacional do SUS, convocada para a emergência em saúde pública nas terras dos Yanomami. Ele conta que o interesse em participar de missões pelo Ministério da Saúde surgiu há muitos anos, quando realizou o primeiro cadastro.
“Desde que surgiu a Força Nacional do SUS, em 2011, eu me interessei, fiz um cadastro e comecei a participar de algumas atividades, inicialmente com treinamentos e nos anos de 2012 e 2013 fiz três missões pela Força: enchentes no Acre, imigração dos haitianos e a Copa das Confederações”, diz.
Em Roraima, Marcos Fonseca vai desenvolver atividades tanto no território Yanomami quanto no hospital de campanha em Boa Vista. “Serão ações de prevenção e promoção em saúde. Lá já existem algumas equipes e outras vão para lá a partir do dia 3, não só enfermeiros, mas vários outros profissionais da saúde”, explica.
Um dos objetivos, segundo ele, é ajudar a diminuir o sofrimento de indígenas com casos de desnutrição aguda, além pneumonia, diarreia, malária e outros problemas graves de saúde pública. “Tenho lido e visto vídeos que nos mostram uma situação muito difícil, tanto pela fome quanto pelas doenças que estão acometendo os Yanomami. Cuidar e diminuir o sofrimento deles é o ideal de quem se coloca à disposição desse tipo de missão”, afirma.
No relatório da missão estão várias dificuldades que o enfermeiro irá enfrentar, como dormir no mato e a alimentação, que precisará ser ajustada de acordo com o campo. Mas, segundo ele, fazer algo bom na vida de alguém tem uma importância e representatividade que é difícil mensurar.
“O caráter humanitário desse tipo de missão é algo indescritível. Saber que você pode fazer algo que pode ser muito para quem está precisando naquele momento, ou não tem perspectiva nenhuma. Isso não se aprende nas escolas. É difícil mensurar o grau de importância e representatividade que esse tipo de missão representa, a satisfação em fazer o bem ao próximo está acima de tudo”, explica.
O enfermeiro entrou no Huse em 1990 por convênio com o Amparo de Maria e depois se consolidou por meio de um concurso público, no ano de 1995. Hoje ele atua na unidade como enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO Sergipe).
Foto: Flávia Pacheco
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