Foram notificadas 78 crianças pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), sendo 58 com Aids e 20 com HIV; destas, 33 estavam em situação de abandono do tratamento e foram resgatadas para retomar as medicações
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta a população para a importância do controle e prevenção da transmissão vertical de HIV/Aids em crianças. A transmissão acontece da mãe para o recém-nascido e pode acontecer de diversas maneiras, seja durante a gestação, parto ou na amamentação. Em Sergipe, existem 23 crianças, entre 0 e 13 anos, com Aids e 58 crianças com HIV.
Em 2022, foram registradas 78 crianças pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), sendo 58 com Aids e 20 com HIV; destas, 33 estavam em situação de abandono do tratamento e foram resgatadas para retomar as medicações.
De acordo com a referência técnica do Programa Gestante e Criança HIV/Aids da SES, Jôse Noemia Calasans, a Secretaria de Estado da Saúde tem se empenhado para realizar o acompanhamento destas crianças que se encontram em situação de abandono do tratamento. “O manejo é feito semanalmente. Recebemos uma planilha sobre a transmissão vertical com todos os casos de gestantes e crianças expostas ao HIV quando nascem nas maternidades daqui do estado. A partir disso, investigamos cada caso e acompanhamos se a mãe e a criança exposta estão fazendo o uso das cargas virais corretamente ou, se a criança já se tornou uma criança HIV/Aids, se está fazendo uso do TARV”, explica Jôse.
Além disso, para se tornar exposta, a criança precisa de quatro cargas virais não detectáveis. “A primeira é coletada no dia do parto, a segunda é coletada duas semanas depois do parto, a terceira seis semanas depois e a quarta, 12 semanas após. Caso apresente cargas virais não detectáveis, essa criança só se torna exposta, mas assim que completar um ano de vida é feita uma sorologia, onde iremos confirmar ou descartar a criança HIV/Aids”, diz.
Quanto ao abandono de tratamento, a maioria se dá pelo preconceito e é definido quando o paciente fica um período maior do que cem dias sem utilizar a medicação antirretroviral. Tanto nos casos de abandono como nos casos de má adesão é recomendado restabelecer o mesmo esquema anterior que o paciente fazia uso (em caso de abandono) ou o tratamento atual (no caso de má adesão), mesmo que este não seja o esquema de primeira linha atualmente.
Prevenção
Para evitar que as infecções sejam transmitidas de forma vertical, ou seja, durante a gestação ou no periparto, através da amamentação, é necessário fazer uma triagem por meio do pré-natal disponibilizado pela unidade básica de saúde (SUS) e seguir o tratamento corretamente, realizando acompanhamentos para que o HIV/Aids não acometa o bebê.
Foto: Flávia Pacheco
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