Acompanhamento médico na atenção básica é fundamental para evitar quadros de desnutrição infantil, assim como exclusividade do aleitamento nos primeiros seis meses de vida.
A desnutrição infantil é uma condição clínica decorrente de uma deficiência de um ou mais nutrientes essenciais, que resultam na queda aguda na curva de peso ideal para o desenvolvimento de uma criança. No entanto, muitos casos podem ser evitados com um acompanhamento médico adequado nos primeiros anos de vida da criança.
Quem faz o alerta é o diretor técnico do Hospital da Criança Dr. José Machado de Souza (HC), médico William Barcelos, unidade de assistência hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde (SES). De acordo com o profissional, o acompanhamento médico na atenção básica é fundamental para evitar quadros de desnutrição infantil.
“A responsabilidade da puericultura, que consiste em um acompanhamento periódico visando a promoção e proteção da saúde das crianças e adolescentes, é do médico de família na atenção básica. É muito importante a ação dos agentes comunitários, para captação desses pacientes em domicílio e acompanhamento do desenvolvimento deles. Caso o médico de família perceba dificuldade no manejo, ele refere para o pediatra ambulatorial da Unidade Básica de Saúde (UBS)”, explica.
Sintomas e cuidados
De acordo com William Barcelos, os principais sintomas de desnutrição infantil podem variar de magreza, falta de concentração e cansaço a grande volume abdominal com membros externamente emagrecidos. Ele orienta que mães, pais e responsáveis procurem acompanhamento para as crianças no Posto de Saúde mais próximo de casa. “É de suma importância o acompanhamento mensal nas UBS, até 1 ano de vida, principalmente para controle de peso e comprimento do bebê. Esses dados trarão indícios de desnutrição ou de problemas no desenvolvimento”, salienta.
Segundo William, também é imprescindível se atentar para a alimentação que o bebê terá no primeiro ano de vida. “É muito importante a orientação correta sobre manejo alimentar, em que o bebê de até 6 meses de idade deve ser amamentado, exclusivamente, ou alimentado com uso de fórmula infantil, que não pode ser leite de vaca em pó. E, após esse período, a criança deve passar por uma boa introdução alimentar, a partir dos 6 meses”, ressalta.
O diretor técnico do Hospital da Criança alerta ainda que, em alguns casos mais graves de desnutrição infantil, pode ser necessário que a criança seja internada. O médico explica também quais os procedimentos adotados quando chega uma criança em quadro de desnutrição na unidade. “No HC, além da avaliação e do acompanhamento da equipe médica, temos uma excelente ação dos colegas da nutrição, que avaliam a melhor aceitação de dietas ricas em carboidratos e proteínas para nutrição dos pacientes”, diz.
O médico também destaca a importância dos profissionais da assistência social nesses casos. “Além do apoio nutricional, há o suporte da assistência social, que entra em contato com a atenção básica da região do paciente, para acompanhamento domiciliar. Eles também nos ajudam muito nas questões extra-hospitalares, podendo chegar até mesmo ao acionamento do Juizado de Menores, em casos com suspeita de negligência”, completa William.
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