Saúde fará capacitação sobre diagnóstico precoce do câncer oral para cirurgiões-dentistas da Atenção Primária

Uma pequena lesão suspeita que pode ser confundida com uma afta, mancha na boca que não é de nascença, lesões no lábio que não cicatrizam, podem sim ser um câncer oral. Para chamar a atenção dos dentistas da Atenção Primária para estes sinais, mais uma vez a Secretaria de Estado da Saúde realiza uma capacitação sobre diagnóstico precoce, mostrando o diferencial das lesões neoplásicas malignas e benignas no próximo dia 26, das 8h ao meio-dia, no auditório do Centro Universitário Estácio de Sergipe.

A pretensão é fazer com que os dentistas da atenção primária minimamente desconfiem de uma lesão, fazendo assim os devidos encaminhamentos, como enfatiza a Referência Técnica de Saúde Bucal, Ana Paula Vieira Alves Mendonça. “O tema da capacitação é Diagnóstico Precoce, mesmo sabendo que esse diagnóstico não saia precisamente da Atenção Primária; mas que nela seja captado, pois isso acontecendo, há uma possibilidade maior do paciente chegar aos demais níveis de Atenção precocemente, aumentando as chances de cura”, reforçou.

O câncer oral tem alguns fatores de risco, começando pelo tabaco, o maior deles, seguido do consumo de álcool, lesões traumáticas pelo uso de próteses, exposição ao sol, como informou Ana Paula Mendonça. Acentuando que cada uma das situações isoladamente já representa um perigo, mas que se os fatores forem somados, potencializam ainda mais as possibilidades de a pessoa adquirir a neoplasia maligna.

A Referência Técnica salientou que o câncer oral normalmente é muito invasivo e que na maioria das vezes acomete mais a língua. O mesmo se manifesta em maior percentual a partir dos 50 anos de idade e atinge principalmente homens, tendo como principal hipótese a associação ao maior consumo de fumo e álcool, além de procurarem menos a assistência odontológica. “Vamos chamar a atenção sobre esses fatores na capacitação porque precisamos ter como aliada a busca ativa desses pacientes. Assim aumentaremos a possibilidade do diagnóstico precoce”, enfatizou.

Explicou que o fluxo assistencial deve começar na Atenção Primária, com o olhar atencioso do dentista da rede. Na sequência, o paciente é referenciado ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de sua referência (são oito estaduais) que, segundo Ana Paula Mendonça, são perfeitamente equipados e dotados de profissionais capacitados para garantir a assistência que o paciente necessita. No CEO, o cirurgião-dentista especialista em diagnóstico oral faz a biópsia, que normalmente em sete dias já recebe o resultado.

“Se o resultado der negativo, o paciente vai ser acompanhado pelo profissional do CEO, tratando a lesão (se for o caso), sendo em seguida contra-referenciado para a Atenção Primária, que fará o acompanhamento e controle da manifestação do paciente. Caso dê positivo, o paciente é encaminhado para o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) ou Hospital Universitário (HU) de Aracaju. O cirurgião de cabeça e pescoço definirá o tratamento do paciente, que depois de tratado deve retornar ao CEO para que os profissionais tomem conhecimento da situação. Retornando em seguida à Atenção Primária, que é a sua base assistencial”, relatou.

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