Saúde orienta sobre como prevenir, controlar e conviver com o diabetes

O diabetes é uma doença que, ao longo dos anos, vem progredindo e atingindo milhões de pessoas mundialmente, sendo assim, provavelmente você conhece alguém com essa condição. 14 de novembro é o Dia Mundial do Combate ao Diabetes. A data destaca o quanto a doença é preocupante e levanta a bandeira vermelha para a revisão dos hábitos da população. Nesse sentido, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a conscientização a respeito da doença e evidencia a importância da prevenção, do controle, e orienta como conviver com a condição.

O Diabetes Mellitus é uma doença crônica provocada pela falta de insulina ou da incapacidade do organismo de utilizá-la adequadamente. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, sendo responsável por controlar a quantidade de glicose no nosso sangue ou, em outras palavras, os níveis de açúcar. Assim a produção insuficiente ou má absorção de insulina resulta em taxas altas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

Dados preliminares recentes sobre a doença, divulgados pela Federação Internacional de Diabetes apontam que houve um aumento de quase 16% nos casos da doença em adultos (de 20 a 79 anos), na população mundial. No Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas vivem com a condição. Já em Sergipe, de acordo com a base central do E-SUS, são 94.169 diabéticos cadastrados e acompanhados na Atenção Primária à Saúde.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do ano 2019, traz outro dado importante, cerca de 8,4% das mulheres têm diabetes, já em homens são de 6,9%. Em Sergipe, de 2016 a 2019, no que se refere a incidência por gênero, a segunda maior causa de morte por Doenças Crônicas Não Transmissíveis, em mulheres de 30 a 69 anos, foi por consequência do diabetes.

“Os dados são crescentes e a pandemia é um agravante para o aumento dos casos e para o afastamento do grupo de crônicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS). O objetivo atualmente é retomar o cuidado contínuo aos crônicos, em especial os diabéticos, nas UBSs. A pandemia contribuiu muito para o crescimento de casos e pode ser maior porque não temos 100% da população cadastrada”, relatou a Referência Estadual em Promoção de Saúde e Prevenção da Hipertensão e Diabetes, Maria Paulina de Jesus dos Santos.

Tipos

Embora a origem da doença tenha a mesma essência, ou seja, a produção insuficiente ou má absorção de insulina, existem algumas particularidades que dividem o diabetes em mais de um tipo. A do tipo 1, a exemplo, ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Esse tipo de diabetes aparece geralmente na infância, contudo pode ser diagnosticada em adulto.

O do tipo 2 afeta a forma como o corpo processa o açúcar do sangue (glicose). Cerca de 90% das pessoas que têm diabetes têm esse tipo. Embora se manifeste frequentemente em adultos, crianças também podem ter o diabetes tipo 2.
Um outro tipo de diabetes é o gestacional, que ocorre temporariamente durante a gravidez, devido a uma série de mudanças e desequilíbrio hormonal no organismo da mulher grávida, para permitir o desenvolvimento do bebê.

Tratamento e recomendações

O cuidado é iniciado na Atenção Primária. As Unidades Básicas de Saúde são a porta de entrada e de cuidado contínuo do paciente diabético. Em Sergipe são 687 equipes de saúde da família distribuídas nas UBS dos 75 municípios do Estado. “Além disso temos um centro de especialidades, localizado na capital para tratamento do pé diabético e outras necessidades, bem como hospitais que fazem o atendimento em caso de urgência e emergência por complicações do diabetes sendo eles: 11 Unidades de Pronto Atendimento, 10 Hospitais de Pequeno Porte, 8 hospitais regionais e 6 Hospitais Gerais Especializados”, explica a referência técnica.

O tratamento para diabetes do tipo 1 requer algumas medidas que vão além da aplicação de insulina para baixar o açúcar no sangue. Alguns médicos solicitam que o paciente inclua também medicamentos via oral em seu tratamento. O diabetes tipo 2 muitas vezes vem acompanhado de outros problemas, como obesidade e sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados e hipertensão. Dessa forma, é importante consultar o médico e cuidar também dessas outras doenças e problemas que podem aparecer junto com o diabetes tipo 2.

“É importante sempre ter cuidado, procurar o médico, manter seus hábitos de vida pautados em alimentação saudável, atividade física e nunca tratar o diabetes como se não fosse grave. Alguns estudos comprovam que o diabetes é uma pandemia, nela perdemos pessoas por complicações da doença, há amputação de membros do corpo, cegueira, em casos graves que não há o devido cuidado. Mesmo com tudo isso, as pessoas não têm a mesma consciência como a que existe em outros tipos de doenças crônicas, a exemplo do câncer e outros. É importante saber mais e se informar mais. É importante o autocuidado ou gerenciamento do cuidado que é o tema da nossa campanha este ano. O diagnóstico do diabetes não é um diagnóstico de morte, mas sim de cuidado e responsabilidade com a doença”, disse Maria Pauliana.

Ações

O Estado promove continuamente ações de educação permanente voltadas aos gestores e profissionais dos municípios com foco na capacitação e atualização. Também realiza ações educativas para a população, além de fazer dispensação de medicamentos e insumos destinados aos pacientes diabéticos, através do Centro de Atenção à Saúde de Sergipe.

No mês de outubro foi oferecida uma Oficina de Educação Permanente para os Gestores da Atenção Primária, com o tema: O Cuidado ao Diabético na Atenção Primária. A SES em parceria com a UFS também está ofertando um curso chamado ‘Viver Mais Leve’, para todos os profissionais da Atenção Primária, de 180 horas, sobre o cuidado integral dos doentes crônicos. Além disso, a SES confeccionou um material informativo para a população, sendo Folder explicando sobre a doença e vídeo com depoimento de um profissional de saúde e uma pessoa com diabetes.

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