Saúde promove evento sobre violência contra a mulher em celebração aos 21 dias de ativismo

A semana iniciou na saúde com a discussão de uma pauta fundamental na sociedade: a violência contra a mulher. Na tarde desta segunda-feira, 29, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu um evento voltado aos profissioanis da Maternidade Nossa senhora de Lourdes, (MNSL), em que foi dado início aos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que é uma campanha anual, em nível nacional, com intuto o conscientizar e compartilhar informações para combater e prevenir todo tipo de violência contra o público feminino.

As ações terão continuidade com profissionais de outras unidades da rede até o dia 15 de dezembro. A referência técnica de Vigilância e Prevenção de Violência e Acidentes da SES, Karla Anacleto, contou que um dos objetivo do evento é ampliar o olhar dos profissionais sobre as diversas formas de violência.

“Pensamos em fazer um bate-papo com os profissionais de unidades como o Huse, MNSL, que é nossa Referência Estadual em Violência Sexual, e Hospital de Cirurgia, para discutir essa temática tão importante como é a violência contra a mulher. Falamos sobre as formas e os tipos de violência contra mulher e explicamos sobre os nossos serviços em Sergipe. Inicialmente começamos pela MNSL, porque é uma unidade de referência que recebe vítimas de violência sexual. Estamos buscando sensibilizar ainda mais os profissionais sobre a visibilidade e cuidados com esses casos”, explicou.

Por se tratar de um público-alvo formado por profissionais de saúde, o evento contou com várias discussões, inclusive sobre a notificação compulsória de violência doméstica. A advogada da família e criminalista, Valdilene Martins, salientou a necessidade de se fazer cumprir a lei que obriga os profissionais de saúde a registrar no prontuário médico da paciente e comunicar à polícia, os indícios de violência.

“Abordei o assunto com o público sobre violência contra a mulher de uma perspectiva diferenciada. Quando falamos de violência contra a mulher imaginamos que é aquela violência que sofremos em casa, com o marido, com a família, a gente nunca acha que é o promotor ou promotora daquela violência. Achamos que o problema do mundo sempre são os outros. Então conversei com o pessoal que nós como profissional, de qualquer área, antes de ser um bom profissional, devemos ser um bom ser humano. Então falei sobre algumas coisas que fazemos no dia a dia que se constitui violência e que não percebemos. Pode ser em um atendimento, em uma simples abordagem, em uma simples conversa, não ouvir, julgar…tudo isso constitui uma violência, sobretudo não respeitar”, destaca a palestrante.

A enfermeira do Núcleo de Educação Permanente da MNSL, Ana Carla Andrade Oliveira, chama atenção para uma das falas da palestrante sobre violência obstétrica e a necessidade da gestante ser acompanhada por um familiar durante o parto. “A palestra foi maravilhosa. Um dos assuntos foi a necessidade do profissional de saúde preencher a notificação compulsória quando encontrar casos de violência doméstica. Outro foi sobre a lei do acompanhamento na sala de parto. A lei existe e deve ser cumprida, a mãe precisa de alguém de sua confiança nesse momento”, salienta a enfermeira.

O intuito de promover essas ações para os profissionais é combater a violência doméstica contra a mulher. Você pode contribuir com isso, caso presencie algum tipo de violência contra a mulher, denuncie através do número 180. Além disso, tem os números da Polícia Civil, 181; Defensoria Pública, 98867-5370 e Ministério Público, 127.

Foto: Valter Sobrinho

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