Ação contou com a participação de 500 corredores, incluindo famílias, amigos e pacientes que receberam transplantes
Este sábado, 23, foi marcado pela III Corrida para Conscientização da Doação de Órgãos e Tecidos em Sergipe. Promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Central Estadual de Transplantes, a ação teve como objetivo conscientizar a população sobre a importância de ser um doador, além de promover a solidariedade. A corrida contou com a participação 500 corredores, incluindo famílias, amigos e pacientes que receberam transplantes, todos unidos pela causa.
“Estamos aqui para promover a corrida como um caminho para uma vida mais saudável e de qualidade. Essa prática não só melhora nossa saúde, mas também nos conecta a um propósito maior, que é ajudar aqueles que precisam de órgãos para sobreviver. Ao incentivarmos a atividade física, contribuímos para um futuro onde todos tenham a chance de viver melhor. Este evento é uma oportunidade valiosa para fazermos a diferença na vida de outras pessoas”, considera o doador Bruno Abreu, de 28 anos.
A doadora voluntária de sangue e de órgãos Carla Santos, 49, compartilhou a experiência de poder ajudar outras pessoas a restaurar a saúde. “Fui chamada para ajudar duas pessoas compatíveis com minha medula óssea, e essa tem sido uma jornada incrível. Estou em oração para que o processo avance mais rápido. Sou doadora de sangue há mais de cinco anos, e agora de medula, e é fundamental, pois cada doação pode salvar vidas e impactar famílias inteiras. Por isso estou aqui, nesta ação linda em prol da saúde de todos”, contou.
No Brasil, para se tornar um doador de órgãos e tecidos, não é necessário formalizar essa decisão por escrito. Basta comunicar à família o desejo de ser um doador. A doação só pode ser realizada após a autorização da família. Se essa decisão não for comunicada, os familiares podem ficar em dúvida sobre o que fazer.
Doação de órgãos e tecidos
Um doador vivo é uma pessoa saudável que concorda em doar um rim ou medula óssea, e, em algumas situações, parte do fígado ou do pulmão para um familiar. Para doações entre pessoas não relacionadas, é necessária autorização judicial, aprovação da Comissão de Ética do hospital transplantador e da Comissão Nacional de Doação e Transplante de Órgãos (CNCDD), além de notificação ao Ministério Público.
No caso de doadores falecidos, pacientes que apresentam morte encefálica, geralmente em decorrência de traumatismo craniano (TCE) ou acidente vascular cerebral (AVC), a remoção de órgãos e tecidos é realizada no centro cirúrgico do hospital, seguindo os procedimentos padrão de grandes cirurgias. A retirada da córnea pode ser feita até seis horas após a parada cardíaca.
“O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pela legislação nacional e pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos especificamente capacitados avaliam o paciente e confirmam o diagnóstico clínico de morte encefálica. É necessário um exame complementar, como ultrassom com Doppler transcraniano, arteriografia e eletroencefalograma (EEG), que são realizados para comprovar a inatividade do cérebro. Os órgãos que podem ser doados por um falecido incluem rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas, além de tecidos como córneas, pele e ossos, sempre com a autorização da família”, explicou coordenador da Central de Transplantes em Sergipe, Benito Oliveira Fernandez.
Os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis que estão na lista única da central de transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado. Esse processo é justo e controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes, sendo supervisionado pelo Ministério Público.
Fotos: Mário Sousa
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