Popularmente conhecida como “barriga d’água”, a esquistossomose ainda tem grande incidência nos estados do Nordeste
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Vigilância Epidemiológica/Núcleo de Endemias, recomenda aos gestores municipais a intensificação de campanhas educativas e ações de prevenção e buscativas de casos de esquistossomose no estado. Em Sergipe, dos 75 municípios, 51 são endêmicos, com cidades que possuem uma ocorrência significativa de casos. Segundo dados levantados em 2022, dos 17.162 exames realizados, 1.288 foram positivos, o que equivale a 7,5%.
Outro dado significativo é em relação à buscativa e busca passiva. Na buscativa, os agentes de cada município fazem visitas às áreas de risco que são classificadas pela própria gestão municipal. A busca passiva é uma demanda espontânea, o paciente é quem procura as unidades de saúde para realização dos testes. Dos exames com buscativa realizados ano passado, 31,9% daqueles que positivaram iniciaram o tratamento. Já na demanda passiva 100% dos pacientes que testaram positivo foram tratados.
Para a gerente do Núcleo de Endemias da Diretoria de Vigilância em Saúde da SES e especialista em Vigilância de Surto, Sidney Sá, é importante que ocorra um aumento de ações preventivas nos municípios sergipanos. “É fundamental que haja uma articulação entre vigilância epidemiológica e atenção primária, para que esse cenário dos casos da esquistossomose tenha uma melhora em termos de ações preventivas. O foco dos nossos programas é buscar novos portadores e tratar os pacientes diagnosticados. Paralelo a isso, é necessário trabalhar com ações que envolvam orientações para a população sobre os riscos da doença”, afirma Sidney.
A gerente do Núcleo alerta que é necessário que as pessoas procurem a unidade básica de saúde mais próxima da sua residência quando sentirem os primeiros sintomas da doença. O tratamento é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Esquistossomose
A esquistossomose é uma doença parasitária, causada pelo Schistosoma mansoni. A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com a água doce infectada pelos vermes. Quando não há um saneamento adequado, os ovos dos parasitas eclodem e liberam larvas que encontram os hospedeiros intermediários que são os caramujos. Estes, por sua vez, liberam larvas que infectam as águas consumidas pelo homem. A infecção se dá pela pele ou mucosas. Por isso a importância do saneamento básico adequado.
A doença tem uma fase aguda e outra crônica. Na fase aguda, pode apresentar manifestações clínicas como coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarreia, enjoos, vômitos e emagrecimento. Na fase crônica, geralmente assintomática, episódios de diarreia podem alternar-se com períodos de prisão de ventre e a doença pode evoluir para um quadro mais grave com aumento do fígado e cirrose, aumento do baço e hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago. A chamada barriga d’água ocorre quando o abdômen fica dilatado e saliente porque escapa plasma do sangue.
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