No rol de cirurgias do Opera Mulher estão a de endometriose, de redução e reconstrução mamária, além de outros procedimentos inseridos da primeira fase, como laqueadura e histerectomia
O maior programa de cirurgias do Governo do Estado, o Opera Sergipe, lançou a fase 2 com novos procedimentos, neste sábado, 8 de março. E, para marcar o Dia Internacional da Mulher, foi lançado, também, o Opera Mulher, voltado exclusivamente para as necessidades das sergipanas, com cirurgias de endometriose, mamoplastia redutora e mamoplastia reconstrutora, além dos procedimentos de média complexidade, ofertados na primeira fase.
“O Opera Mulher é algo que estávamos precisando há algum tempo. Esse programa é muito essencial para que a gente recupere nosso bem-estar porque é muito ruim viver com dor. Descobri que tinha endometriose em outubro do ano passado, devido a dores intensas. Inicialmente, passei muito tempo no hospital sem entender a gravidade. Quando fiz os exames, descobri que, além da endometriose, tenho um cisto de oito centímetros no ovário, que o médico acredita ser resultado da endometriose. Hoje, minha esperança é conseguir o tratamento, estou aqui porque a saúde é prioridade e precisamos lutar por ela”, conta a lavradora Stefanny Santana Lima, de 27 anos.
Realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), com o apoio da Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SPM), o Opera Mulher é muito mais que a oferta de cirurgia, é um acompanhamento especializado com apoio emocional e assistência humanizada às pacientes durante o período pré, trans e pós-operatório. Além de suporte e monitoramento das mulheres na recuperação, garantido que recebam a atenção necessária para a reabilitação.
A merendeira Célia dos Santos Souza, de 43 anos, descobriu a endometriose em 2020, após anos de consultas ginecológicas sem diagnóstico. Até o momento, Célia já realizou duas cirurgias, a primeira apenas retirou o útero e o ovário esquerdo, mas o ovário direito, que estava com um cisto enorme, não foi removido. Isso resultou em dores constantes, a levando a uma segunda cirurgia para retirar o cisto e focos de endometriose.
“Após a segunda cirurgia, minhas dores diminuíram, mas ainda persistem. Procurei outro ginecologista e, após uma ressonância, descobri que havia aderências no intestino e na bexiga. Estou buscando uma terceira cirurgia para tentar resolver a situação. Espero que a próxima cirurgia seja bem sucedida e sei da importância de um acompanhamento contínuo após o procedimento, pois a endometriose limita muito minha qualidade de vida. Com o tratamento adequado, desejo recuperar minha vida normal”, pontua.
A pedagoga Tarciane Pereira dos Santos, de 24 anos, saiu do município de Lagarto para conseguir marcar a cirurgia de mamoplastia redutora. “Minha expectativa é que anos de espera se concretizem hoje, graças ao Opera Mulher. Atualmente, não consigo correr, comprar roupas que eu me sinta bem, respirar direito ou ir à praia. Quero ter uma qualidade de vida melhor. Aprovo essa iniciativa do Governo do Estado, sem dúvida nenhuma”, elogia a pedagoga.
Para a pescadora Joyce dos Santos, de 23 anos, a cirurgia de mama significa uma libertação. “Meu sonho sempre foi fazer a cirurgia e, agora, surgiu essa iniciativa do Governo do Estado, que é uma ótima oportunidade para mim, já que não tenho condições financeiras. Espero recuperar minha autoestima e aliviar as dores nas costas causadas pelo peso dos meus seios”, relata.
Critérios para cirurgias
No rol de cirurgias do Opera Mulher estão a de endometriose, de redução e reconstrução mamária, além de outros procedimentos inseridos na primeira fase, como laqueadura e histerectomia. Por se tratar de procedimentos de alta complexidade, o acesso às cirurgias será por meio de formulários de avaliação de elegibilidade para o procedimento. O paciente terá acesso ao documento ao chegar na UBS ou hospitais credenciados.
Para a cirurgia de endometriose, a paciente precisa da comprovação diagnóstica de endometriose por laparoscopia/laparotomia e/ou laudo descritivo por exames de imagens e/ou por resultado de exame anatomopatológico.
Já para a cirurgia de mamoplastia redutora, a paciente precisa ter, no mínimo, dois critérios como, dor recorrente nas costas, pescoço ou ombros; intertrigo crônico ou dermatite recorrente nas mamas ou no tórax; sulco de pressão da alça do sutiã nos ombros devido ao peso do tecido mamário; sintomas neurológicos associados à compressão do plexo braquial dos membros superiores; prejuízo psicossocial e baixa autoestima associada ao tamanho das mamas.
Fotos: Flávia Pacheco
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