Estado atingiu marca de 45 doadores neste ano; última doação feita foi a de um jovem de 25 anos
Na última quarta-feira, 30, equipes do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) participaram de mais uma captação de órgãos no estado. Desta vez, além da captação dos órgãos, como o fígado e os rins, realizada pela unidade hospitalar, o coração também foi captado por uma equipe externa do Instituto de Medicina Integral (IMIP) Professor Fernando Figueira. O procedimento foi o resultado da união de forças com a missão de ajudar a salvar vidas pela doação de órgãos.
O paciente era um jovem de 25 anos que teve a morte encefálica constatada no dia 29. “Ele sofreu queda de um telhado com mais de oito metros de altura e foi encaminhado ao Huse em estado grave. Não houve evolução significativa do quadro, sendo iniciado o protocolo de morte encefálica”, explicou o enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO), Marcos Fonseca.
Por não possuir parentes biológicos de até 2º grau identificados que pudessem permitir a doação de órgãos, o procedimento foi autorizado judicialmente. Em situações como essa, a Central Estadual de Transplantes (CET) é acionada e encaminha o caso à Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SE) para solicitação ao Poder Judiciário.
Este foi o segundo paciente de 2024, destacando o engajamento do Estado para assegurar a doação de órgãos nos casos em que não há como solicitar o consentimento livre e esclarecido dos familiares, conforme as normas previstas na Lei 9.434/97.
Órgãos como o coração e um dos rins foram encaminhados ao estado de Pernambuco; já o fígado foi para o Ceará; e o outro rim para o Rio Grande do Norte. As córneas, que também foram doadas, ficam no estado de Sergipe.
Números
Em Sergipe, já foram registrados 45 doadores somente em 2024, um aumento de 61% em comparação com o ano anterior. A captação do coração também é bastante significativa e envolve uma mobilização ainda maior para a realização. Este ano, já foram realizadas três captações no estado.
Para que uma pessoa seja doadora de órgãos, ela precisa expressar – ainda em vida – a vontade para os seus familiares. “A gente sabe da dor do familiar no momento da perda de um ente querido. Mas a doação é um ato de amor. Então, é importante que a pessoa comunique o seu desejo de ser um doador e a família autorize esse processo”, enfatizou a coordenadora da OPO, Darcyana Lisboa.
Fotos: Mário Sousa
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