Em média, 43,9 pacientes por mês foram adequadamente tratados e o tempo entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital de referência caiu para aproximadamente 3 horas
Com o objetivo de otimizar o atendimento a pacientes cardiopatas, o Serviço de Telecardiologia do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), atende cerca de 25 pacientes por dia. No período de 2021 e 2022, foram registrados mais de 9 atendimentos. Destes, 527 foram pacientes infartados, sendo 367 de angioplastia primária, 59 trombólise e outros 101 transportados para cateterismo e angioplastia.
As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte do Brasil e do mundo, sendo que a maior parte das mortes pode ser evitada ou postergada com medidas preventivas e o tratamento adequado.
“São mais de mil mortes por dia, cerca de 46 por hora, uma morte a cada um minuto e meio. A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que, até o final de 2022, quase 400 mil cidadãos brasileiros morreram por doenças do coração e da circulação”, alerta o médico e coordenador da Telecardiologia do Samu 192 Sergipe, José Edvaldo dos Santos.
O médico destaca, ainda, que o serviço foi criado para ajudar no acesso dos pacientes a um tratamento específico, seja por hemodinâmica ou por trombólise. “Em ambos, a assertividade da terapêutica garante a redução de sequelas, como a insuficiência cardíaca e, principalmente, a redução da mortalidade”, explicou.
Como funciona
Quanto à operacionalização da Telecardiologia, José Edvaldo enfatiza o funcionamento do serviço. “O serviço funciona com apoio logístico à CRU e conta com uma equipe de sete cardiologistas que atuam em regime de 24 horas, todos os dias da semana. Além disso, para o paciente que se queixa de dor torácica ou falta de ar, uma viatura do Samu 192 Sergipe é encaminhada. Assim que chega, o médico da viatura realiza o eletrocardiograma (ECG) e encaminha à Central de Regulação. O cardiologista de plantão identifica o infarto e já orienta o tratamento adjuvante enquanto aciona a Unidade Coronariana do Hospital Cirurgia, onde a equipe de Hemodinâmica realiza a angioplastia através do exame denominado cateterismo cardíaco”, detalhou.
De acordo com o médico, outra opção é procurar o hospital de referência e realizar um ECG. “Neste caso, quando o exame é realizado, uma cópia do traçado é recebida pelo cardiologista plantonista. Após identificação do problema, uma ambulância é enviada imediatamente (às vezes, até mesmo antes que o solicitante veja o traçado ou acione o Samu). Em seguida, ele faz contato com a Unidade Coronariana e encaminha o paciente para o cateterismo”, complementou.
O serviço de Telecardiologia reduziu o percentual de insuficiência cardíaca. Os números dos primeiros meses de funcionamento do serviço foram apresentados em 2022 no Congresso Mundial de Cardiologia.
“Foi uma experiência exitosa e promissora que enaltece o poder científico do serviço, pois, sem a relevância científica dos dados, não teremos o reconhecimento da sociedade médica e isso é importante para consolidar a Telecardiologia como uma política de saúde pública”, destacou José Edvaldo.
Fatores de risco
O Samu 192 Sergipe ressalta que, entre os principais fatores de risco das doenças cardiovasculares, se destacam os maus hábitos de vida como o tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de sal e sódio, abuso de bebidas alcoólicas, além do diabetes, colesterol alto e obesidade.
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