Autismo versus inclusão foi o tema do evento realizado nesta terça-feira,12, no Centro Especializado em Reabilitação tipo IV – José Leonel Ferreira Aquino. Na programação foi trabalhada de forma lúdica assuntos imprescindíveis como questões educacionais, relação serviço e família e prevenção de acidentes.

O evento foi realizado pelo CER IV, equipamento gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Universidade Federal de Sergipe e reuniu as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) assistidas pelo CER IV, familiares, profissionais e alunos da universidade. A programação foi realizada para marcar o Abril Azul, mês de conscientização do Autismo.

Com cerca de seis meses inaugurado, o CER IV assiste pelo menos 200 pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Nesse sentido, a coordenadora do Centro, Sayonara Carvalho, chama atenção para a importância de discutir o tema inclusão.

“O grande desafio dessas crianças e dessas pessoas são os espaços para promover inclusão. O lugar da pessoa com autismo é onde ela deseja estar, e eles são ressignificados o tempo todo. O CER IV é um espaço que em todo o nosso equipamento promove essa inclusão. É um desafio trabalhar a inclusão na educação, nos serviços de saúde, nas barreiras sociais que são postas no cotidiano para essas pessoas. Então a inclusão é um tema necessário mediante uma sociedade que não respeita as singularidades”, salientou Sayonara.

Como destacou a coordenadora, a inclusão é um direito de todos. No evento desta terça, a proposta foi introduzir o assunto de forma leve e interativa, através de oficinas, contação de histórias, teatro e depoimento que envolveu todos os presentes. “Tivemos uma roda de conversa onde falamos sobre as questões educacionais, questões da relação serviço e família e prevenção de acidentes na infância com essas crianças. A ideia foi promover um espaço para conversar e partilhar essa luta que é tão intensa das famílias e junto com isso, e com os profissionais, conversamos um pouco sobre a educação alternativa”, contou a professora do departamento de Fonoaudiologia e Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe, Rosana Givigi.

A psicóloga do CER IV, Maisa Campos, destacou a importância do trabalho multidisciplinar no desenvolvimento das pessoas com TEA. “Esse evento é para agregar ainda mais conhecimento. Os atendimentos no CER IV são multidisciplinar, então temos contatos com outros profissionais que fazem de tudo para agregar e colaborar para o desenvolvimento dessa criança com autismo. Nesse evento, destacamos que é importante trabalhar desde o diagnóstico, que hoje em dia, é mais cedo. Sendo acompanhado mais cedo, eles conseguem ter um desenvolvimento próspero”, enfatizou.

Patrícia Santos Gomes, 42 anos, mãe de Gustavo Henrique Gomes Santos, com 17 anos, que tem o Transtorno do Espectro Autista, partilhou com todos a sua experiência e, assim como a psicóloga do CER IV, relatou que os profissionais foram de grande importância no desenvolvimento de seu filho. “Antes do meu filho eu não sabia o que era autismo, descobri quando Gustavo tinha uns dois anos, através da equipe de profissionais que me acolheu. Tem uns 14 anos que sou assistida pelos profissionais da UFS. Através do serviço, ele desenvolveu a fala e a interação com outras pessoas”, disse.

Gustavo Henrique abrilhantou o evento e mostrou que sim, o lugar da pessoa com TEA é onde ela deseja estar. O jovem subiu ao palco do auditório do CER IV e fez uma retrospectiva de momentos marcantes de sua vida, desde o seu nascimento até o dia que ganhou a camisa do seu time preferido. A fala segura e expressões mostraram o quanto o diagnóstico e trabalho com uma equipe multidisciplinar são fundamentais para o desenvolvimento das pessoas com TEA.

Fotos: Valter Sobrinho e Ewerton Nunes

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