Os casos mais comuns são de fraturas de cotovelo, antebraço e fêmur

O Hospital da Criança Dr. José Machado de Souza (HC), equipamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), registrou um aumento de 50% no número de cirurgias ortopédicas realizadas na unidade. O crescimento foi registrado nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, período que coincide com as férias escolares.

Durante o ano, o Hospital da Criança realiza uma média de 20 cirurgias ortopédicas por mês. No entanto, nos meses de férias escolares, esse número costuma aumentar. Em dezembro do ano passado, chegou a 30 o total de cirurgias ortopédicas realizadas na unidade. E, em janeiro deste ano, foram 28.

De acordo com o coordenador do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital da Criança, o médico ortopedista Felipe Medeiros, os casos mais comuns nessa época são as fraturas de cotovelo (supracondilianas), antebraço e fêmur.

“As crianças, que antes ficavam um ou dois turnos diariamente nas atividades escolares, durante as férias ficam com o dia livre, sem atividades programadas e cheias de energia para brincar. Aproveitam as férias para andar de bicicleta, skate, patins, jogar futebol, correr etc. E é aí que mora o perigo, pois ficam mais susceptíveis a sofrer quedas e acidentar-se”, explicou ele.

O ortopedista ressalta que nem sempre é possível controlar as brincadeiras, muito menos evitar alguns tombos e quedas que podem até causar consequências graves. Mas ele orienta mães, pais e responsáveis a tomarem alguns cuidados.

“Devemos sempre manter a criança em lugares seguros e de preferência sob supervisão de um adulto. Escadas, sacadas e lajes, não são lugares para brincar. Crianças também não devem brincar perto de barreiras e barrancos. Se a criança for andar de bicicleta, skate ou patins, o capacete é o equipamento fundamental. Ele pode reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%. Os adultos também devem ficar atentos para a criança não abusar de obstáculos e da velocidade nessas atividades. Já nos parques de diversão, deve-se observar sempre se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança. O risco de lesão é quatro vezes maior se a criança cair de um brinquedo com altura superior a 1,5 metro”, orienta Felipe.

Caso a criança sofra alguma lesão, o médico orienta que a primeira providência seja imobilizar o membro fraturado na posição em que ele estiver após o acidente, pois isso reduz a dor e o inchaço e evita que a lesão aumente. “Se, além da fratura, houver ferimento, limpe-o com água corrente ou soro fisiológico e cubra-o com material limpo ou estéril até a ida ao serviço de emergência. Caso haja sangramento abundante, faça uma compressão moderada com a ajuda de um tecido limpo e macio sob a ferida para estancar o sangue. Após esses procedimentos iniciais, procure imediatamente um hospital ou unidade de urgência mais próxima para atendimento médico”, ressalta.

Fila zerada

Apesar da grande demanda por cirurgias ortopédicas no Hospital da Criança, o coordenador do Serviço de Ortopedia e Traumatologia da unidade ressaltou que, no momento, a fila de cirurgias ortopédicas está zerada.

“Os pacientes que chegam de urgência, com fraturas expostas, por exemplo, já são operados de imediato. Em outros casos, como as fraturas fechadas, são operadas em, no máximo, um a dois dias. Aqui no HC temos três turnos cirúrgicos durante a semana, dessa forma, conseguimos suprir muito bem os casos de fraturas que chegam no hospital”, explicou Felipe Medeiros.

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