“É muito importante falar sobre hanseníase. A gente precisa lembrar que é um problema de saúde pública no Brasil, que é o segundo país no mundo em número de casos de hanseníase. Em Sergipe também há casos, incluindo crianças, que refletem uma alta endemicidade, ou seja, ainda é muito transmitida”. A declaração da médica dermatologista, coordenadora do Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário (HU/UFS) e preceptora da Residência Médica/HU, Ana Luiza Furtado, destacou a relevância do combate à doença, durante o webinário alusivo ao Janeiro Roxo – mês de conscientização sobre a hanseníase, realizado nesta terça terça-feira, 25, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através do Telessaúde Sergipe. 

Promovida pela Diretoria de Vigilância em Saúde/SES, que atua com o Programa Estadual de Controle da Hanseníase, a ação teve o objetivo de sensibilizar os profissionais da rede de Atenção à Saúde para o controle da hanseníase. Na oportunidade, a palestrante Ana Luiza também ressaltou que “a hanseníase é uma doença de manifestação muito diversa. Isso gera um pouco de dificuldade. Foram feitos mais trabalhos em termos de classificações mais simples da doença, também houve mudança no tratamento, para que fosse um processo mais simples. Então temos ações que visam facilidade em termos de diagnóstico e tratamento – com uma cartela única –, pra que possamos alcançar a maior parte da população”.

Ao longo da história da humanidade, a Hanseníase já foi chamada de lepra e ainda envolve preconceito. De acordo com a especialista, é necessário abordar sobre a hanseníase com a população, para que as pessoas se conscientizem sobre a doença, procurem atendimento e se tratem. Em 2021, Sergipe registrou 249 casos. “Quando há registros na população infantil, é significativo no contexto epidemiológico. Aqui no estado, continuamos na busca por esses casos. Acredito que a grande mensagem desse Janeiro Roxo é buscar, identificar os casos. Capacitar a população, as equipes de saúde e, através dessas pessoas, identificar outros casos e tratar o maior número deles, para que a gente tenha um resultado positivo e, daqui a alguns anos, erradicar a doença”, explicou Ana Luiza.

Conteúdo abordado

A webpalestra abordou conteúdos como: Histórico da doença e contexto histórico; formas clínicas; sinais e sintomas; formas de transmissão, tratamento; importância da investigação dos contatos e busca ativa dos faltosos para a quebra da cadeia de transmissão; cenário atual; epidemiologia em Sergipe; imunidade/resistência; evolução pós-contágio; classificação; hanseníase indeterminada; hanseníase tuberculoide (HT); hanseníase tubercular “nodular” da infância; hanseníase dimorfa; hanseníase Virchowiana; hanseníase neural pura; sequelas; reações hansênicas; diagnóstico clínico; diagnósitico laboral; baciloscopia; classificação operacional; e exame dos contactantes. 

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