Agora Sergipe tem uma revista técnico-científica para disseminar saberes, práticas e produção científica: a Revista Sergipana de Saúde Pública, periódico criado pela Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES). O lançamento aconteceu na noite da quarta-feira, 09, com uma solenidade no Museu da Gente Sergipana. Com versão digital e impressa, a produção tem como foco tornar-se espaço de atualização constante para os profissionais do SUS, que operam e estudam o Sistema Único de Saúde em Sergipe e em todo país, além de ser um instrumento significativo de divulgação da produção técnico-científica e instrumento de conhecimento para estudantes, trabalhadores e gestores que atuam na área de saúde.
De acordo com a secretária de estado da Saúde, Mércia Feitosa, essa é uma iniciativa muito potente para o fortalecimento do SUS. “O dia de hoje é de extrema felicidade, pois estamos realizando um sonho. Pra quem é sanitarista, presenciar a concretização da primeira Revista Sergipana de Saúde Pública, que vai contribuir para o fortalecimento do SUS, a noite de hoje é um marco. Principalmente quando a gente visualiza a oportunidade dos trabalhadores e os pesquisadores utilizarem a revista como meio de divulgar seus trabalhos e conhecimento”, destacou.
Presente no evento, o reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Valter Santana, destacou que o avanço e a qualificação dos serviços de saúde são obtidos através da transmissão do conhecimento. “Com a Revista Sergipana de Saúde Pública, nós teremos a oportunidade de fazer com que as pesquisas aqui desenvolvidas, aquele novo conhecimento produzido aqui, em prol da melhoria dos serviços de saúde, sejam disseminadas por toda a sociedade, por toda a comunidade, qualificando a assistência para que os serviços ofertem melhores condições, um melhor aparato tecnológico e um conhecimento novo que será aplicado em benefício da população sergipana”. 
Para o professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (UNIT), André Baião, essa realização é um marco histórico para a sociedade sergipana como um todo, pois as universidades poderão divulgar o seu trabalho, participar de todo esse processo, e devolver para sociedade um pouco do que elas pesquisam. “O ensino, pesquisa e extensão andam juntos. A Unit fica muito feliz, pois os alunos podem publicar, fazer ciência, produzir para a sociedade, e isso é muito importante. Para o SUS é muito enriquecedor ter a pesquisa local contribuindo para a construção do sistema, do seu aperfeiçoamento”, ressaltou. 
A revista chega para a população, não só para os trabalhadores do SUS e usuários, mas para toda a comunidade, principalmente a comunidade científica, segundo explicou o diretor de Vigilância Epidemiológica da SES, o médico infectologista Marco Aurélio Góis, que tem artigo publicado na   revista. “A Revista Sergipana de Saúde Pública traz para o trabalhador, para o estudioso, para a academia, essa importância que é comunicar seus resultados. Comunicar um produto científico, um produto qualificado, um produto que pode ser disseminado, utilizado por outros pesquisadores. Então, a revista traz essa relevância de fazer trabalhando ciência. E com a ciência, é possível aperfeiçoar o trabalho das pessoas”. 
Editora-chefe da Revista e coordenadora no Núcleo de Produção Científica da Funesa, Sheilla Barroso afirmou que a revista tem, dentro da sua lógica de construção, experiências exitosas que os profissionais da saúde produzem no seu dia a dia. “Normalmente essas práticas não são divulgadas, não são apresentadas em espaços onde eles podem divulgar seus trabalhos e a prática diária que eles possuem: a expertise, uma técnica que eles desenvolvem e que, às vezes, fica só naquele ambiente de trabalho. Então, outras pessoas podem aproveitar essas técnicas, e o SUS, por sua vez, pode desenvolver essas práticas de maneira ampla”.
Ainda de acordo com Sheilla, a revista publica evidências que, na prática diária desse profissional, muitas vezes só fica naquele ambiente. “A divulgação dentro de um periódico abrange muito mais do que apenas uma equipe. No caso, pode abranger vários profissionais, não só do estado de Sergipe, mas de outros estados, de forma que as evidências científicas possam fundamentar alguma teoria ou algum tipo de tratamento para a população que utiliza o SUS, a exemplo do tratamento para uma doença neurológica, tratamento da diabetes, ou da hipertensão. Então, há uma construção de evidências que podem ser utilizadas em melhores tratamentos para a população”, pontuou. 
Anfitriã do lançamento, a diretora geral da Funesa, Lavínia Aragão, falou sobre a satisfação desse momento tão esperado por tantos trabalhadores e gestores que atuam no dia a dia dos demais cenários de prática do SUS. “Essa revista representa a possibilidade de um instrumento potente, técnico-científico, que vai ter como a sua grande missão disseminar conhecimentos, vivências, experiências, saberes e evidências científicas, para que a gente, através do SUS, possa qualificar esses trabalhadores, para que eles continuem implementando e fortalecendo as suas práticas diárias. Para nós, que atuamos no SUS, a revista foi uma grande realização. Em alguns momentos, parecia um sonho distante, e que graças ao envolvimento e engajamento de tantas pessoas, a gente está aqui, hoje, comemorando esse momento, festejando, celebrando esse SUS que muito faz, que salva vidas, e que também produz ciência”, frisou a gestora.  
Conceito da marca e identidade
No pré-lançamento, ocorrido em maio, foi apresentado o conceito da revista, a exemplo de critérios de criação, identidade visual e demais elementos que compõem a marca, que tem o objetivo de integrar conhecimento. Os elementos compõem partes geométricas que formam uma estrutura maior, e a ideia representa a junção de conhecimento que se interliga, disposto na capa da revista, além de componentes da cultura sergipana. Na parte interna, a intenção foi retratar a ideia de povo, como a população interage na construção do conhecimento, como parte integrada na área da saúde, visto que os profissionais trabalham para a manutenção da vida da população. 
A identidade da Revista Sergipana de Saúde Pública traz, na sua dimensão estética, a representação de marcos da cultura sergipana, em um recorte da memória histórica e cultural que se fará presente ao longo de todas as suas edições, garantindo a essência da sergipanidade em cada edição a ser publicada. Com o intuito de trazer essa sensação de pertencimento, foi escolhida a técnica de ilustração para dar suporte a esse conceito. Nessa primeira edição, a ilustração é composta pela cachoeira de Macambira e a figura que representa o Cacique Serigy, líder indígena que viveu no século XVI, na região atual do estado de Sergipe.  
Linha editorial
O periódico adota linha editorial com escopo direcionado à compreensão das diversas interfaces do campo da saúde pública e se propõe a divulgar pesquisas dos mais variados temas dessa área do conhecimento, com a publicação de artigos atuais e inéditos de autores brasileiros. Trata-se de produção semestral revisada por pares, com artigos originais, artigos de revisão e descrição de experiências.
A RSSP conta com um Conselho Editorial composto de professores da ESP e de outras instituições de ensino do país e internacionais. Técnicos renomados do SUS e da própria instituição SES Sergipe; editora-chefe; editora assistente; e uma equipe de editores associados responsáveis pelos conteúdos publicados e pelo respaldo técnico; os membros pareceristas, especialistas em vários campos da saúde pública, que participam das avaliações por pares.

Foto: Flávia Pacheco

O post Primeira revista técnico-científica de Saúde Pública é lançada pela Saúde Estadual apareceu primeiro em Saúde.