Em 2022, o Huse contabilizou mais de 40 atendimentos emergenciais 

Caracterizado pela preocupação ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle, o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) tem sido cada vez mais recorrente entre a população, principalmente em virtude dos efeitos provocados durante o período da pandemia. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem a população mais ansiosa do mundo. Ao total, são 18,6 milhões de brasileiros que sofrem do transtorno, o que corresponde a 9,3% da população.

Em Sergipe não é diferente. Somente  no ano de 2022, o Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) contabilizou 41 atendimentos emergenciais (quadros graves). Um número considerado preocupante, de acordo com o psicólogo especialista do Huse, Dirceu Betti. “Trabalhamos aqui no Huse com o atendimento emergencial, ou seja, quando o paciente dá entrada apresentando já um quadro clínico grave. Porém, por ser um diagnóstico complexo e que envolve acompanhamento psicológico, há possibilidade de haver muitos outros casos em todo o Estado”, disse o especialista. 

Para o profissional, os casos de ansiedade foram agravados durante o período da pandemia. “Por ser uma doença bastante letal, que culminou na morte de milhões de pessoas em todo mundo, foram adotados novos hábitos com o objetivo de  impedir o alastramento da Covid-19, como o isolamento social. Essas mudanças de rotina, associadas ao medo da morte e impactos financeiros, acabaram desencadeando quadros de ansiedade nos indivíduos”, explica Dirceu Betti.

Sintomas

De acordo com Dirceu Betti, os sintomas da ansiedade podem ser tanto físicos quanto psicológicos. “Os sintomas físicos estão associados à taquicardia, sudorese, falta de ar, boca seca, formigamento, náusea, tremores e tontura. Já os sintomas psicológicos estão atrelados à angústia, irritabilidade, insônia, apetite desregulado, inquietação, pensamentos catastróficos e falta de controle emocional”, ressalta o psicólogo.

Tratamento

Sobre o tratamento, o psicólogo explica que pode ser feito por meio da psicoterapia e medicação (ansiolíticos e fitoterápicos). “Além das medicações, é importante que o paciente tenha o acompanhamento de um psicólogo até para que ele aprenda a identificar seus comportamentos ansiosos e enfrentá-los. E no ambiente terapêutico, sempre dizemos que uma das formas de lidar com a ansiedade é o paciente questionar qual é o seu lugar no mundo, ou seja, orientamos para que ele faça uma autoanálise constante. Ao fazer esse exercício, o sujeito enxerga a origem do transtorno e a possibilidade de escolha ao seu redor”, diz. 

Dicas de prevenção

Por fim, o especialista dá dicas de como prevenir o aparecimento dos sintomas. “A ansiedade pode ser prevenida e controlada a partir de medidas de qualidade de vida. Entre as principais, podemos citar a prática de exercícios físicos; uma alimentação balanceada, evitando a ingestão de açúcares e alimentos processados; ingerir muita água; boa qualidade do sono… Enfim, buscar sempre por qualidade de vida”, finaliza Dirceu Betti.

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