A visita possibilitou alinhar novos fluxos para melhorar a estrutura da rede assistencial às vítimas de violência sexual

Representantes do Comitê Estadual de Prevenção à Mortalidade Materno-Infantil e Fetal conheceram nesta segunda-feira, 6, as instalações físicas e os serviços assistenciais do Centro de Referência em Atendimento Infanto-Juvenil (Crai). O objetivo da visita, segundo a presidente do órgão, a médica sanitarista Priscila Batista, foi o de conhecer como o Estado e a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes estão se organizando para acolher mulheres e crianças em situação de violência.

Segundo a médica, o comitê não lida exclusivamente com a mortalidade, mas com toda cadeia causal que contribui para os óbitos, muitas vezes evitáveis. Priscila ainda destacou que as ações de saúde sexual e reprodutiva estão no escopo das temáticas de atuação do órgão. “O comitê existe para fortalecer a ideia de que o desafio da mortalidade materno-infantil é societário e não apenas do governo”, disse.

Para a superintendente da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, Lourivânia Prado, a visita foi importante para o alinhamento dos fluxos voltados à prevenção, ao tratamento e ao cuidado especializado, tanto no que diz respeito à mortalidade materno-neonatal, quanto à violência em todos os seus aspetos, gêneros e faixas etárias.

“A visita de hoje permitiu que os membros do comitê conhecessem o que a Lourdes proporciona para a sociedade no atendimento às mulheres e crianças vítimas de violência, bem como os fluxos que já estão mais formalizados no Crai”, explicou Lourivânia Prado.

Após conhecer as instalações, Priscila Batista disse visualizar uma rede se estruturando que precisa de fomento, como também enfatizou a necessidade de se estruturar uma rede assistencial às vítimas de violência em todo o Estado de Sergipe, observando os papéis das maternidades e das unidades de saúde no que se refere à educação em saúde.

“Em Sergipe, todos os anos cerca de 300 crianças têm filhos, o que significa que legalmente estas crianças foram vítimas de estupros. Então, como está o acesso da sociedade à informação, a suporte, à decisão de seguir ou não com uma gestação resultante de violência? É algo muito complexo e tanto a sociedade quanto os profissionais de saúde precisam estar atualizados, comprometidos e apoiados”, considerou.

Também participaram da visita, representantes do Conselho Estadual das Mulheres, Ministério Público e técnicos de outros setores da Secretaria de Estado da Saúde.

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