A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Central de Transplantes de Sergipe, abriu oficialmente o “Setembro Verde 2022”, na noite da última quarta-feira, 31, com uma ação no pátio do Museu da Gente Sergipana. A atividade reuniu profissionais da saúde, representantes de entidades e pessoas que tiveram a vida impactada positivamente pela doação de órgãos e tecidos. 

“A partir do último levantamento de junho de 2022, são 310 pessoas na fila para transplante de córnea e, no primeiro semestre deste ano, foram efetivadas 17 doações de múltiplos órgãos. A população merece e a Rede Estadual de saúde tem tudo para fazer os transplantes de órgãos e tecidos. O sentimento é de que estamos entrando em um novo ciclo, repleto de perspectivas para que Sergipe avance no número de transplantes. E neste momento em que abrimos o Setembro Verde ao lado de pessoas com o mesmo propósito e a mesma energia de querer salvar vidas, fortalecemos ainda mais nossa rede. A doação de órgãos é isso: mobilização coletiva. É preciso considerar que qualquer um aqui presente pode passar por essa necessidade e todos podemos contribuir para salvar diversas vidas. Temos que fazer o bem doando vida, mesmo que seja no último momento”, falou no início da solenidade, Mércia Feitosa, Secretária de Estado da Saúde.  

Na entrada do hall do Museu da Gente Sergipana, os presentes receberam um laço de cor verde, símbolo da campanha de doação de órgãos e tecidos e, como parte da acolhida, os participantes apreciaram o show da cantora Renata Pessoa. O momento-chave do encontro foi o acendimento de luzes verdes, realizadas coletivamente por diversos representantes de instituições presentes. Uma das falas de abertura foi do coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez, que agradeceu a todos os parceiros que se mobilizam diariamente para ampliar a doação de órgãos e tecidos em Sergipe. “Hoje 52 mil pessoas estão na lista de espera aguardando por um ato de amor e solidariedade como é a doação de órgãos e o estado precisa estar preparado para quando uma família diz sim, nesse momento vamos captar os órgãos e transplantá-los. Por isso, queremos agradecer a todos aqueles que participaram do processo de doação de órgãos e tecidos durante o ano. Estamos melhorando muito o número de doadores, em 2021 tivemos 88% de negativa familiar e, neste ano, estamos com 62%. A nossa meta é chegar a 50% até 2023, por isso, é gratidão que sentimos pelos esforços de quem acredita nessa luta”, compartilhou.

Benito falou sobre a realidade sergipana em relação à fila de transplantes. “Temos aproximadamente 1500 pessoas fazendo alguma modalidade de diálise e o preconizado é que 40 a 50 por cento estejam inscritos para transplante renal. O estado está na 15° posição, proporcional à população, em número de doadores, nós estamos trabalhando para atender aos sergipanos que precisam de transplante aqui mesmo em Sergipe, próximo dos seus familiares e amigos. No entanto, sem doadores não há transplantes, por isso, é importante conversarmos com nossos familiares e informá-los do desejo de ser doador, pois no Brasil, a lei estabelece que familiares até segundo grau são os responsáveis em autorizar a doação. Na carteira de identidade nova tem a opção de se declarar doador, mas é apenas ilustrativo.

O coordenador relatou, ainda, alguns avanços previstos para o mês que começa e meses seguintes. “Para o mês de setembro está previsto que o Ministério da Saúde vai fazer a vistoria no Hospital Cirurgia e, assim, autorizar o transplante de fígado e rim, no início do mês de outubro já temos dois transplantes renais agendados. Estamos sentindo que 2023 vem com novas perspectivas, então, esse setembro verde é marcado por esperança e a gente precisa mobilizar todo mundo porque pode acontecer com qualquer um de nós”, expôs Benito. 

Viviane Fernandes, escritora e idealizadora do projeto ‘Doar-se’, iniciativa que trabalha a conscientização sobre a doação de órgãos através da literatura, fez questão de comparecer ao lançamento da campanha de 2022. “Para nós,  estar neste momento da abertura do Setembro Verde é especial, pois, foi numa ação assim que lançamos o projeto ‘Doar-se em 2017. O projeto nasceu a  partir do doutorado, ele visa contribuir com a sociedade sergipana, principalmente, com aqueles que esperam por um órgão, quem vive a expectativa de receber a doação. A partir daí, recebemos muitos incentivos de psicólogos e profissionais da Educação e conseguimos expandir o projeto, hoje estamos atuando em sete escolas”, relata. 

A noite também foi marcada por depoimentos audiovisuais de pessoas que receberam o transplante e tiveram a vida transformada, como Gilberto Alves, personagem do vídeo institucional criado pela Assessoria de Comunicação da SES. “É emocionante contar a minha história e servir de incentivo para outras pessoas. A gente nunca espera que seremos nós a precisar de transplante, então, é necessário olharmos com generosidade para a doação de órgãos”, declara com emoção. A transplantada Suely Custódio ficou durante três anos na fila de espera para receber  um fígado compatível. Em janeiro de 2019, em Recife/PE, recebeu a doação do órgão de uma criança de 11 anos e deixou uma mensagem direta e cheia de amor para toda a sociedade. “Plante uma sementinha em seu coração e doe vida!”, falou com felicidade.  

As próximas ações que acontecerão para marcar o Setembro Verde são: a iluminação dos principais prédios da Saúde; o ‘Encontro em agradecimento aos doadores de órgão e tecidos’, a ser realizado no dia 17 de setembro no  Centro de Arte e Cultura J. Inácio Hora, às 08h30min.

Fotos: Valter Sobrinho

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