Trazer a Atenção Primária à Saúde como porta de entrada preferencial para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que precisam de cuidado em saúde mental. Este é o principal objetivo do Seminário Estadual de Saúde Mental que está sendo realizado nesta quarta-feira, 27, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), com o apoio da Funesa, no auditório da Faculdade Pio Décimo. A capacitação é dirigida aos profissionais que atuam na Atenção Primária dos 75 municípios.

“A Unidade Básica de Saúde (UBS) é o primeiro serviço que deve ser buscado pelo usuário e cabe a nós estarmos nos qualificando, nos capacitando, para que a gente consiga absorver essa demanda nos territórios”, reforçou a diretora de Atenção Primária à Saúde da SES, Fernanda Aragão, salientando que antes mesmo da pandemia a SES já havia detectado a necessidade dessa discussão, haja vista a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter sinalizado uma projeção para 2030 onde apontava a depressão como a doença mais comum na população mundial.

De acordo com o Referência Técnica em Saúde Mental para a Atenção Primária, Carlos Galberto, com este seminário se quer sensibilizar os profissionais para o acolhimento aos usuários que possam precisar dos cuidados em saúde mental, bem como motivar o trabalho articulado com as demais redes e equipamentos socais que os municípios possuam, a partir do matriciamento proposto pelo Ministério da Saúde, ferramenta que envolve as áreas de Saúde, Educação e Assistência Social.

E para apresentar a experiência do matriciamento, o seminário trouxe aos participantes a assistente social Vandeisiana Alves da Silva, que desde 2005 atua no Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs) do município de Itabaianinha. “Vou relatar como o matriciamento se firmou como reunião mensal nas equipes. Foi difícil, mas a persistência nos levou a implantar a ferramenta que traz um novo olhar sobre o cuidado ao paciente de saúde mental”, disse.

Segundo ela, o matriciamento trabalha o usuário sob a visão acertada de que a saúde mental começa na Atenção Primária à Saúde e não nos centros de especialidades, que são os CAPS e os ambulatórios de psiquiatria e psicologia. Na verdade, ela começa na Unidade Básica de Saúde, onde deve ocorrer as ações de prevenção e promoção.

“Com o matriciamento a gente faz uma ação conjunta de acordo com a necessidade do usuário, podendo envolver a Atenção Primária, CAPS, Assistência Social, Educação, família e comunidade. A gente discute o Projeto Terapêutico Singular junto com o paciente, construindo com ele estratégias de cuidado e melhorando a sua vida”, relatou a assistente social.

Foto: Valter Sobrinho

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