O objetivo é conscientizar os profissionais da saúde sobre a importância do controle e prevenção da transmissão vertical da sífilis

O Outubro Verde promove conscientização sobre a sífilis, com foco nas formas de prevenção, diagnóstico e tratamento da patologia. A campanha é alusiva ao Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, instituído no terceiro sábado de outubro, anualmente. Para abordar a doença em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), realizou, nesta quinta-feira, 5, o Fórum Estadual de Prevenção à Sífilis Congênita. 

Durante todo o ano, a SES realiza nos municípios, campanhas educativas e  capacitações com o intuito de sensibilizar e conscientizar as gestantes a realizarem o pré-natal para a detecção da sífilis, uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida da mãe para o bebê.  A doença tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), feito com a droga penicilina. Nos recém-nascidos de mães com sífilis não tratada ou com tratamento inadequado, independente do resultado do Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas (VDRL) do recém-nascido, deve ser realizado hemograma, radiografia de ossos longos, punção lombar e outros exames, quando clinicamente indicados.

Segundo a referência técnica da transmissão vertical da SES, Fernanda Costa, o objetivo do Fórum é alinhar com os enfermeiros e médicos da Atenção Primária à Saúde (APS), da Vigilância Epidemiológica e maternidades quanto ao protocolo clínico das diretrizes terapêuticas. “Queremos ajustar esse protocolo do tratamento e monitoramento da criança com sífilis, bem como o monitoramento da criança exposta. Então, é preciso que os profissionais saibam como proceder, pois apesar da ação ser destinada à sífilis congênita, queremos que a população, seja homens ou mulheres, se previna contra a sífilis antes mesmo de ocorrer uma gravidez, para que não aconteça a transmissão vertical. Por isso, é essencial a rotina dos testes”, explicou.

Transmissão materno-infantil 

A sífilis ocasiona vários problemas quando envolve a transmissão materno-infantil, chamada de transmissão vertical. A infecção pode causar morte do feto ainda no útero, aborto espontâneo ou sequelas no recém-nascido, como irritabilidade, malformação dos ossos e lesões na pele. A palestrante e neonatologista, Izailza Matos, explicou que a transmissão da sífilis pode acontecer durante a gestação, no trabalho de parto ou quando está amamentando. “Por ser uma doença que afeta qualquer órgão, precisamos melhorar o pré-natal e o tratamento dessa mãe para reduzir os riscos nas crianças. Eu faço parte do ambulatório no Hospital e Maternidade Santa Isabel há quinze anos, e acompanho todo o processo, e sei o quanto a SES vem intensificando as campanhas para que a população tenha uma alta adesão dos testes, não só as grávidas, mas para todas as pessoas adultas sexualmante ativas, esse é o caminho”, frisou a neonatologista. 

O caminho da prevenção é capacitar os profissionais e conscientizar a população. De acordo com a enfermeira, Patrícia Pereira, o evento foi bom para que os profissionais pudessem alinhar a conduta para atingir a meta principal: diminuir os índices de sífilis em Sergipe. “A importância de participar da ação, é para que nós, profissionais da saúde, possamos dar uma atenção maior na hora de preencher a notificação e de informar os dados corretamente para o sistema sobre a patologia”, pontuou.

Fotos: Flávia Daniela

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