É fundamental para os profissionais de saúde participar de pautas especiais para que ocorra a diminuição das desigualdades sociais

Com o intuito de abrir espaço para conscientização sobre cidadania e o direito à saúde integral da população LGBTQIAPN+, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual da Saúde (Funesa), promoveu, nesta segunda-feira, 27, no auditório do Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Ferreira Aquino (CER IV), uma Oficina Estadual de Promoção e Prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) para a população LGBTQIAPN+.

Entre os temas discutidos estão o funcionamento do fluxo de assistência à população LGBTQIAPN+; Desafios para continuarem existindo e o posicionamento do mundo; Problemáticas causadas pelo preconceito sofrido pelo público LGBTQIAPN+; O uso da PrEP e da PEP e seus novos avanços; Inclusão social na rede de atenção à saúde.

A fundadora da Associação Unidas pela Cidadania e representante das travestis e transexuais de Sergipe, Jéssica Taylor, contou um pouco sobre a sua história de luta e sobre a promoção da saúde. “Desde 1998 que eu luto não só pelos meus direitos, mas por todas as mulheres trans que são invisibilizadas. Eu percebo que já conquistamos muitos espaços de destaque, seja na política ou educação, mas ainda existe o preconceito, e temos que trabalhar para que isso diminua cada vez mais”, disse.

De acordo com a psicóloga e coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Crea) do município de Lagarto, Jéssica Borges, é necessário trazer para o foco temas que melhorem as práticas dos profissionais que atuam com o grupo. “É uma satisfação participar desse evento tão importante para a população LGBTQUIAPN+, pois é fundamental que possamos cada vez mais abrir espaços de diálogo sobre a rede de atendimento na sua intersetorialidade para garantia de direitos e serviços”, ressaltou Jéssica. 

A referência técnica do Programa Estadual IST/Aids, Almir Santana, explicou que é preciso reforçar o uso de preservativos em todas as relações sexuais, mesmo utilizando a PEP e a PrEP.  “Precisamos discutir as novas tecnologias de prevenção que é a PEP e a PreP, porque é preciso fazer uma prevenção combinada.  Além disso, vamos discutir também o funcionamento da rede de atendimento, pois assim podemos melhorar a prevenção ouvindo as próprias lideranças LGBT”, indicou.

Uso da PEP e da PrEP

A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é o uso de medicamentos antiretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV em situações como, por exemplo, violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico). Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas.

Já a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV é o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. A PrEP deve ser utilizada se a pessoa acha que pode ter alto risco para adquirir o HIV. A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que concentram o maior número de casos de HIV no país.

Fotos: Flávia Pacheco

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