A Secretaria de Estado da Saúde (SES), numa parceria com os três bancos de leite materno do estado, posto de coleta de leite humano da maternidade Santa Isabel e apoio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), realizou nesta quarta-feira, 03, o ‘I Seminário Estadual em saúde da Crianças e VI Seminário de Aleitamento Materno’ para as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) que atuam nos municípios sergipanos.

O evento realizado nos turnos da manhã e da tarde, no auditório do hospital veterinário da Faculdade Pio X, tem como objetivo principal a partilha de saberes sobre o aconselhamento e manejo do leite materno. A diretora de Atenção Primária à Saúde da SES, Fernanda Barreto Aragão, explica que a lógica do evento é ampliar o potencial de doação de leite humano. “Nós chamamos os profissionais da APS para conversar que, além da importância do aleitamento materno, é fundamental estimular a doação entre as mulheres para que possamos ampliar a captação de leite materno em nosso estado. Os profissionais podem identificar em seus municípios as mulheres que possuem o perfil de doadoras, geralmente, mulheres que produzem uma demanda que vai além da oferta aos seus bebês. Essas mulheres podem ser encaminhadas aos bancos de leite, o leite doado terá o armazenamento adequado e processamento devido e, em seguida, será distribuído em nossa rede neonatal”, reforça.

A referência técnica da saúde da Criança e do Adolescente, Helga Muller, explica a importância de promover os seminários integrando as temáticas do Aleitamento materno e da saúde da criança. “O tema do Agosto dourado deste ano ‘Fortalecendo e Educando’ nos motivou a realizar os dois seminários de maneira integrada. Para nós é uma oportunidade de oferecer orientação para todas as equipes de saúde da família no que se refere à saúde integral de uma criança, afinal, a prática do cuidado exige uma integração entre as profissões que estão atendendo nos territórios de Sergipe, compondo as equipes de saúde da família”, explicou.

A referência técnica afirma que o diferencial da programação proposta esse ano, são os minicursos oferecidos. “Os minicursos acontecem em quatro salas, temos momentos de aconselhamento e manejo em aleitamento materno. Essa é uma demanda que surge dos anseios dos próprios profissionais, para melhorar os processos, reduzir a mortalidade infantil e pensar nas morbidades que podem ser prevenidas”, disse Helga.

Para Magda Dórea, enfermeira, referência técnica estadual e gerente do Banco de Leite Marly Sarney, as oficinas servem, sobretudo, para fortalecer as políticas em saúde na APS. “As oficinas servem para complementar, tirar dúvidas e fazer com que essas mulheres nos municípios e povoados realmente tenham uma assistência adequada em relação ao aleitamento materno. É importante multiplicar esses saberes com os profissionais porque temos mulheres que estão sofrendo com dificuldades na amamentação, problemas na mama e os bebês estão sendo desmamados precocemente. Temos que propor um olhar diferenciado para que a criança tenha acesso à primeira alimentação saudável dele, o leite humano. Esse leite traz muita responsabilidade para a família, por isso, estamos aqui para ajudar a empoderar esse grupo de profissionais que está no atendimento direto e conhece a realidade local, o contexto social das famílias”, explana.

A pediatra e atual presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Ana Jovina Barreto Bispo, concorda com Magda e ratifica a necessidade de promover, apoiar e ensinar sobre o aleitamento materno e sobre a saúde da criança. “O aleitamento é a medida de proteção mais efetiva, a medida isolada de maior importância na redução da mortalidade, então, unir esses dois focos que estão sendo debatidos hoje para profissionais da APS e Universidade é extremamente importante na promoção de saúde e na prevenção de doenças infantis”, complementa Ana.

A representante do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde, Yelena Rezende, sente que a reunião desses profissionais também é um momento de celebração. “É um dia muito importante, comemorativo para trabalhar em relação à essa parte materna, pois, tais questões já estão dentro dos indicadores do Previne Brasil. As equipes, consequentemente, estarão cada vez mais capacitadas para chegarem em seus territórios e apoiarem a população como realmente ela precisa, observando as necessidades de saúde locais”, ressalta.

O pensamento de Yalena também aparece na fala de Simone Costa, enfermeira que trabalha na estratégia de saúde da família no município de Estância. Ela coordena um grupo de apoio à amamentação e acredita que somente em rede, compartilhando as experiências, a realidade pode mudar. “O nosso trabalho está em expansão devido à parcerias com a comunidade, universidade, agentes de saúde e como todos que são simpatizantes da causa. É muito gratificante poder compartilhar essas experiências exitosas aqui nos seminários, cada vivência que vamos conhecendo nos possibilita lições e aprendizagens novas”, expressa a profissional de saúde.

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