Para encerrar o Janeiro Roxo, mês cuja campanha trabalha a conscientização, prevenção e combate à hanseníase, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), por meio da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), realizou, na terça-feira, 31, uma tele-educação com o tema: ‘Cenário da Hanseníase em Sergipe, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas’. Operacionalizada pela Coordenação de Tecnologias Aplicadas à Educação em Saúde, por meio do programa Telessaúde, a webpalestra contou com a participação de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) que atuam em dezenas de municípios dos estados de Sergipe, Pernambuco e Bahia.

Na oportunidade, o diretor estadual de Vigilância em Saúde e médico infectologista, Marco Aurelio Góes, discorreu sobre a temática, com destaque para aspectos epidemiológicos e pontos do novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), além de apresentar dados do panorama mundial. “Essa discussão faz parte das ações da SES, que tem como objetivo principal promover a atualização e a reflexão dos profissionais de saúde, tanto em relação aos dados e tendências que temos observado. O estado de Sergipe tem índices endêmicos em hanseníase, e temos um grande desafio, que é a descoberta ativa de casos”, ressaltou.

O especialista também explicou que a discussão busca sensibilizar os profissionais de saúde sobre o tema, que está presente no dia a dia do trabalho das equipes. “Todas as pessoas que têm lesões na pele, áreas de dormência, devem ser investigadas quanto à hanseníase, para que possamos fazer um tratamento de forma oportuna e quebrar a cadeia de transmissão. A forma de prevenção da hanseníase é identificar casos e realizar tratamento, pois, assim que o tratamento é iniciado, evita-se a transmissão, uma vez que ao tomar o antibiótico a pessoa já não elimina o bacilo”.

Outro assunto importante abordado na ação educacional foram os objetivos do PCDT, que envolvem a definição dos critérios de diagnóstico; tratamentos farmacológicos e não farmacológicos; abordagem psicossocial para o enfrentamento ao estigma e discriminação; avaliação de contatos; acompanhamento e monitoramento para pacientes acometidos pela doença; e mecanismos de gestão e controle da endemia, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outros dados
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o segundo país no mundo em número de casos da doença, ficando atrás apenas da Índia. Entre 2010 e 2019, foram diagnosticados mais de 300 mil novos casos de hanseníase no Brasil, sendo 20,6 mil em menores de 15 anos. Já em 2020 foi registrada a redução de 41,4% dos casos de hanseníase no país. Da mesma forma, houve redução das notificações de hanseníase em menores de 15 anos (-56,82%). Em contrapartida, o diagnóstico de hanseníase multibacilar aumentou (8,1%).

Atualmente, cerca de 29,8 mil pacientes estão em tratamento no SUS. O tratamento da hanseníase é realizado em âmbito ambulatorial, nas unidades básicas de saúde da Atenção Primária, serviços especializados, hospitais públicos e universitários.

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