Trabalhar o enfrentamento da sífilis gestacional e congênita, desde o contágio no período gestacional, assim como a sua transmissão de forma congênita, é fundamental. Com essa premissa e a situação de centenas de casos registrados em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), realizou, nesta quarta-feira, 24, uma tele-educação sobre o tema, voltada a profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). A ação contou com webpalestras ministradas pelo docente do curso de Medicina da UFS, médico infectologista e diretor de Vigilância em Saúde da SES, Marco Aurélio Góes, além da pedagoga, especialista em psicopedagogia e referência técnica da SES, Zênia Maria S. Silva.
Na oportunidade, o diretor Marco Aurélio discorreu sobre o Manejo da Sífilis na Atenção Primária, que envolveu tópicos como saúde sexual: abordagem centrada na pessoa com via sexual ativa; prevenção combinada e sexo seguro; rastreamento de IST; rastreamento de assintomático para sífilis; oportunidades estratégicas para o controle de sífilis na gestação; conceito da sífilis; transmissão; testes; sífilis primária; sífilis secundária; sífilis terciária; e testes imunológicos: treponêmicos e não treponêmicos.
Também foi abordado: sífilis latente; métodos diagnósticos de sífilis: testes imunológicos; diagnóstico; tratamento; tratamento e monitoramento; sífilis em gestante; resposta imunológica ao tratamento; critérios de retratamento; fluxo de notificação a partir da classificação do RN ao nascimento, baseado apenas no histórico materno; criança exposta à sífilis; seguimento clínico-laboratorial da criança exposta à sífilis; criança com sífilis congênita; vigilância de sífilis no Brasil; e notificação.
De acordo com Marco Aurélio, até agora estão registrados 449 casos de sífilis congênita e 849 casos de sífilis em gestantes. A ação faz parte de todo o enfrentamento e ações conjuntas realizadas entre Vigilância em Saúde e Atenção à Saúde, junto aos municípios e serviços de saúde, para que seja possível diagnosticar a sífilis em todas as gestantes e fazer o tratamento adequado. “Essa é ação tem o objetivo de diminuir o problema da sífilis no nosso território. Para o tratamento adequado, o Estado faz a distribuição da penicilina benzatina. Além do tratamento, a gente busca o diagnóstico e a sorologia nas maternidades, para que a sífilis congênita seja evitada”, explicou.
Marco Aurélio também pontuou que o SUS estadual foca em sífilis na gestante, sífilis congênita, mas sabendo que é importante ter o diagnóstico da sífilis adquirida, que é a sífilis que os homens e as gestantes adquirem e precisam ser tratados. “Para isso há distribuição de testes rápidos para sífilis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). É um exame de fácil acesso. Além dessa realidade, a gente está discutindo a questão da implementação da triagem e rastreamento nas UBSs. É importante que aquelas pessoas que têm uma vida sexualmente ativa sejam testadas para sífilis, a fim de um diagnóstico precoce, já que a grande maioria dos casos pode passar como assintomático pela maior parte do tempo”.
Para o diretor de Atenção Primária à Saúde da SES, João Paulo Brito, o enfrentamento da sífilis é constante, mas agravado no período da pandemia e pelas dificuldades que a pandemia impôs à assistência de saúde à população e coloca essa pauta, que já era prioritária do sistema de saúde, como necessária à discussão. “Temos a sífilis gestacional como um fator de risco à formação fetal, à prematuridade, assim como aos óbitos neonatais. Então a Atenção Primária pode fazer identificação precoce e um grupo de atividades de prevenção ao contágio, acompanhar e tratar as gestantes e mulheres com as melhores práticas é essencial para ofertar o devido cuidado e reduzir as consequências que a sífilis pode gerar à saúde da população”, ressaltou.
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