A Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE) promoveu o curso “Novo Coronavírus – COVID-19 para ACS e ACE”, realizado no terceiro quadrimestre de 2020. O curso capacitou os agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate às endemias (ACE) acerca do cenário de pandêmico, com foco nas estratégias de enfrentamento e controle à disseminação, além de qualificar os processos de trabalho dos agentes. A novidade é que a ação foi um dos cinco trabalhos da Escola selecionados para a Mostra Nacional de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde em Tempos de Pandemia: experiências dos (as) trabalhadores (as) do SUS no enfrentamento à Covid-19, realizada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O evento iniciou na terça-feira, 30, e segue até esta quinta-feira, 02.
O curso resultou na formação de 242 profissionais que atuam em municípios sergipanos. Dividido em quatro módulos, o conteúdo envolveu temas como Identificação e manejo dos casos de Covid-19; cuidado aos grupos de risco no contexto da Covid-19; medidas de biossegurança durante a visita domiciliar em tempo de pandemia, e comunicação e informação – abordagem junto aos usuários. Cada módulo foi orientado a partir do arco de “Charles Maguerez uma das estratégias de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento da Metodologia da Problematização.
Agente de combate às endemias de Nossa Senhora da Dores e discente do curso, Diego Robert, ressaltou que a capacitação influenciou no método de trabalho que seria direcionado para a educação em saúde sobre a Covid-19, em paralelo ao trabalho de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikugunya e zika. “O curso foi de suma importância, pois proporcionou informações corretas sobre o manejo da Covid-19, mesmo para nós, alunos do curso, que acompanhamos as notícias desde os primeiros acontecimentos, até a declaração de pandemia. Então foi possível levar informações verídicas à população, num cenário de caos devido a toda difusão desencontrada nas redes sociais”.
Diego também destaca que, enquanto agentes, na parte prática do trabalho, eles atuam com “a busca ativa de determinantes que possam favorecer o surgimento e propagação de vetores. No entanto, a função educacional é, sem dúvidas, a de maior importância, que é levar conhecimento à população, a partir de ferramentas que gerem efeito dentro de cada comunidade ambiente das nossas áreas”, disse.
Mostra do Conass
Com o tema “Formação para ACS e ACE no enfrentamento à pandemia da covid-19 no SUS em Sergipe”, que faz parte do Eixo 3 – Ações de Educação Permanente em Saúde no enfrentamento à pandemia da covid-19, o trabalho foi apresentado nesta quarta-feira, 1º de dezembro, pela analista educacional da Coordenação de Educação Profissional da ESP-SE/Funesa, Flávia Tenório. “Diante do cenário vivenciado e entendendo que as ações de qualificação para trabalhadores do SUS devem se inserir numa perspectiva alinhada às novas culturas digitais, o curso foi ofertado na modalidade da Educação à Distância (EaD), em um formato autoinstrucional, de modo que os cursistas tivessem acesso aos materiais e conteúdos de acordo com seu ritmo de aprendizagem e sua disponibilidade de tempo”, explicou Flávia.
Ainda de acordo com a analista educacional, o curso colaborou com o enfrentamento à situação de pandemia, com foco na prevenção da transmissão do vírus. “O curso difundiu informações sobre as medidas de prevenção e identificação dos grupos de risco e orientou sobre os procedimentos a serem seguidos, diante dos casos suspeitos, que corroboram com a possibilidade de revisão das práticas no trabalho cotidiano do SUS, orientado pela estratégia da Educação Permanente em Saúde”, afirmou Flávia.
Metodologia
Outro aspecto importante do curso refere-se à metodologia, que dialoga com elementos inerentes ao processo de trabalho, visto que a proposta foi orientada a partir da proposição de conteúdos sobre o tema da Covid-19, identificados pelos profissionais públicos-alvos desta ação, que responderam à um questionário sobre às necessidades de aprendizagem baseada em suas práticas nos serviços de saúde.
Para Flávia Tenório, o projeto educacional é uma iniciativa potente, pois qualifica o corpo técnico e pedagógico da Escola de Saúde Pública de Sergipe, “devido à possibilidade de socializar a experiência de qualificação desenvolvida no SUS em Sergipe e ainda interagir com outros atores com relatos de vivências exitosas no âmbito da Educação Permanente em Saúde, ampliando assim as possibilidades de desenvolvimento de processos formativos para os trabalhadores do SUS que supere a dicotomia tempo e espaço, por meio do uso das tecnologias digitais”, ressaltou Flávia.
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