No Dia Mundial do Rim, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta sobre os cuidados preventivos em relação a saúde do órgão e a importância de realizar exames de rotina para a detecção da doença renal. Em Sergipe, o Centro de Nefrologia Dr. Lucilo da Costa Pinto, Unidade localizada no Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) oferece assistência qualificada a pacientes com insuficiência renal aguda e que necessitam de tratamento.
Em 2021, foram realizados 7.624 procedimentos no Centro de Nefrologia do Huse, entre hemodiálise e diálise peritoneal, com média de 21 atendimentos por dia. O trabalho realizado para pacientes que estão internados possibilita melhor resposta ao tratamento da doença.
A médica nefrologista do Huse, Susan Carvalho, chama a atenção para a importância de realizar exames periodicamente. “A pessoa não sente nada. Aí a importância do exame de check up. Quanto mais cedo descobrimos a doença, melhor para tratar e retardar a evolução para necessidade de diálise”, disse a médica.
A hipertensão arterial e o diabetes podem causar disfunção renal. Segundo Susan Carvalho, os dois principais fatores que causam lesão no rim de forma progressiva e irreversível são quando a pressão ou o açúcar do sangue estão descontrolados. “Muitas pessoas têm a falsa ideia de que como estão usando o remédio para pressão e não sentem nada, já é o suficiente para achar que a pressão está controlada, e quando pedimos para medir, a pressão está acima de 12×8 mmHg como é o recomendado. O que já é suficiente para demandar mais esforço de trabalho do rim, apesar da pessoa não sentir nada. Aí a importância de fazer acompanhamento pelo menos trimestral da Hipertensão, o mesmo vale para Diabetes, para avaliar se os remédios estão suficientes mesmo”, reforçou Susan.
A doença renal crônica é a condição na qual o rim perde suas funções de forma progressiva, de caráter irreversível. É dividida em 5 estágios, a depender do funcionamento do rim. No estágio 5, o rim já funciona menos do que 15 ml/min (15%) e, é o momento que o paciente deve iniciar a diálise ou realização de transplante renal.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem retardar sua progressão e reduzir o sofrimento dos pacientes. “Os sintomas principais são fraqueza, náuseas, vômitos, boca amarga, desorientação, redução da urina, inchaço, anemia, soluços, coceira no corpo, em raros casos o rim dói quando vai deixando de funcionar, um exemplo do rim doer é se tiver cálculo renal (pedra no rim),” disse Susan.
O exame de creatinina é utilizado para avaliar a saúde dos rins e descobrir se o paciente possui alguma doença renal no organismo. Quando os níveis de creatinina estão elevados, significa que os rins não estão conseguindo eliminar a creatinina, o que acaba causando um acúmulo no sangue.
A hemodiálise é um tratamento que realiza a filtragem das substâncias indesejáveis do sangue através de uma máquina, ou seja, o procedimento funciona como um rim artificial. O tratamento é imprescindível para manter a vida da pessoa que perdeu a função renal.
“Aqueles que têm o diagnóstico, o médico nefrologista consegue junto com o paciente retardar a entrada na diálise, orientando e acompanhando os fatores agressores ao rim, requer muita disciplina, e algumas pessoas conseguem não evoluir para necessidade de diálise. Na DRC de causa genética, como a doença renal policística e algumas glomerulopatias, mesmo com o tratamento da melhor forma, alguns casos, a doença vai evoluir com necessidade de diálise. Falo diálise e não hemodiálise, pois existem 2 tipos de diálise, a hemodiálise é uma delas, a outra é a diálise peritoneal. E digo sempre, que bom que o homem inventou a diálise, pois a vida não se encerra se o rim parar,” disse a médica.
A Secretaria de Estado da Saúde chama a atenção da população, gestores municipais e profissionais de saúde para a importância de tratar e controlar os fatores de risco que causam a doença renal.
Foto: Flávia Pacheco
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