Centro de Hemoterapia é referência também na coleta e de sangue para transfusão, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h

Para concretizar um antigo desejo de ser doadora sangue, a servidora pública Luiza Vieira, de 27 anos, escolheu o Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) para realizar sua primeira doação. Agora, ela faz parte do grupo de pessoas que, com um simples ato de solidariedade, pode salvar até quatro vidas. E ela não se arrepende da decisão. “Achei super tranquilo, foi muito rápido, o atendimento foi ótimo. Um pequeno ato para a gente que doa pode ser muito significativo para quem está precisando”, conta.

Vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) e administrado pela Fundação de Saúde Parreiras Horta (FSPH), o Hemose permite que os sergipanos realizem todo o processo de doação de sangue em cerca de 40 minutos a uma hora, a depender da demanda. Após se apresentar na recepção, o voluntário é encaminhado para a pré-triagem, na qual são coletados dados como altura, peso, nível de ferro no sangue, entre outros.

Em seguida, o doador passa pela triagem clínica, que tem como objetivo verificar se o indivíduo está em plenas condições de saúde para realizar a doação. São avaliados critérios como uso de medicações, histórico de doenças e frequência cardíaca. Depois desses procedimentos, o doador é encaminhado à coleta, que dura, em média, entre cinco e dez minutos. 

É assim que são coletadas, aproximadamente, 150 bolsas de sangue por dia no Hemose. Entretanto, os serviços vão muito além da coleta de sangue para doação. O hemocentro também dispõe de um espaço destinado à transfusão sanguínea para pacientes debilitados, além de realizar a coleta de plaquetas por aférese e a captação de doadores para o cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Doação de plaquetas por aférese

A empreendedora Josikátia Santos, de 28 anos, contou que já é doadora há quase dez. Tudo começou quando ela assistiu a uma reportagem sobre o ato solidário em um telejornal, o que despertou seu interesse pela causa. Hoje, ela tem o hábito de doar três vezes ao ano – a quantidade máxima permitida para pessoas do sexo feminino -, sempre no Hemose. “Eu acho um processo bem simples e rápido, super tranquilo. Nunca passei mal, e os profissionais dão muita atenção. É gratificante saber que, com uma simples doação, eu posso salvar quatro vidas”, relata.

Para ampliar ainda mais essa ação de solidariedade, pela segunda vez, Josikátia optou pela doação de plaquetas – componente do sangue necessário para auxiliar no controle de hemorragias, como nos casos de dengue hemorrágica. A coleta de plaquetas é realizada por meio do procedimento de aférese, que separa os componentes do sangue pelo processo de centrifugação. Após a coleta das plaquetas, o sangue retorna ao corpo do doador pelo mesmo acesso venoso.

De acordo com o biomédico do Hemose, Paulo Sérgio Santana, o procedimento de aférese é muito vantajoso, pois permite otimizar a confecção das bolsas de plaquetas. “Para ter uma bolsa de plaquetas a partir de uma doação de sangue, são necessárias muitas doações. Já com a aférese, é possível fazer a bolsa com uma única doação”, aponta. Apesar de mais demorado, com duração de cerca de uma hora, o procedimento de doação de plaquetas é tão tranquilo e seguro quanto a doação de sangue convencional.

Registro de doadores de medula óssea

Outro serviço ofertado pelo Hemose é a captação de doadores para cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), do Ministério da Saúde, o Redome reúne informações sobre pessoas que estão dispostas a doar medula óssea para aqueles que necessitam do transplante. É o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, e o maior com financiamento exclusivamente público.

Segundo o Inca, o transplante de medula óssea consiste em substituir uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, sendo um procedimento indicado para doenças que afetam a célula do sangue, como mais de 80 tipos de leucemias, linfomas, anemias, entre outras.

De acordo com a assistente social do Setor de Captação de Doadores do Hemose, Leila Fonseca, a chance de encontrar um doador de medula óssea compatível fora da família é muito baixa – um em cada cem mil habitantes -, e por isso o cadastro no Redome se faz tão necessário. “Realizando esse cadastro, você pode salvar vidas. Apesar de ser muito difícil conseguir alguém compatível, uma vez que você é cadastrado, existe essa possibilidade. E quanto mais pessoas se cadastrarem, maior é a possibilidade de encontrar um doador”, enfatiza.

Ela explica que, assim como em outros hemocentros, no Hemose, o cadastro no Redome se dá, inicialmente, com a leitura, preenchimento e assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual são explicados todos os processos que podem ocorrer durante e após a doação da medula óssea. Após essa etapa, o voluntário é encaminhado para a coleta da amostra de sangue. Vale ressaltar que o cadastro só pode ser realizado dos 18 aos 35 anos de idade, mas a doação pode ser feita até os 60.

Caso seja encontrado um receptor compatível, o doador será convocado para outros exames de compatibilidade e para atestar suas condições de saúde. Caso a compatibilidade seja confirmada, o transplante poderá ser realizado. Se for necessário viajar até outro local para o procedimento, todos os custos serão pagos pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Além disso, o voluntário tem o direito de desistir da doação em qualquer momento.

Mais conforto para o doador

Com prazo de conclusão para julho de 2024, as obras no Setor de Coleta do Hemose devem ser retomadas ainda neste ano. A construção já está 60% executada, mas enquanto não é concluída, os atendimentos foram realocados para o ambulatório. A fim de acomodar os doadores, foi instalado um contêiner anexo ao espaço, utilizado quando a sala de espera atinge sua capacidade máxima. O contêiner está equipado com refrigeração, 20 cadeiras e um aparelho de televisão. 

Segundo o diretor administrativo e financeiro do FSPH, Charles Leal, a medida foi pensada com o objetivo de proporcionar mais conforto, segurança e comodidade ao voluntário. “Uma única doação de sangue salva quatro pessoas, então eu acho que é importantíssimo cuidar bem de quem vem doar sangue. A Fundação de Saúde Parreiras Horta busca fazer a melhoria da qualidade para que a pessoa que vem doar sangue esteja feliz, disposta a fazer essa doação, e que seja muito bem-tratada”, destaca.

Funcionamento

O Hemose está localizado no Centro Administrativo Governador Augusto Franco, no bairro Capucho, em Aracaju, e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h.

O hemocentro também compõe a programação do programa de Governo Itinerante ‘Sergipe é aqui’, levando a coleta de sangue para cadastro de doadores de medula óssea no Redome até os municípios do interior sergipano.

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