Visitas técnicas, capacitações e palestras são algumas das iniciativas realizadas pela OPO

O ato da doação de órgãos e tecidos representa a esperança na vida de milhares de pessoas que aguardam na fila por um transplante. Em todo o país, mais de 66 mil pessoas esperam por algum órgão ou tecido. A busca ativa por doadores é fundamental e tem feito a diferença em Sergipe. Por meio da Organização de Procura de Órgãos, instituição ligada à Central Estadual de Transplantes (CET), mais famílias têm abraçado a causa e realizado a doação de múltiplos órgãos. 

No estado, de janeiro a outubro de 2023, Sergipe registrou 36 doadores de órgãos e tecidos, o que corresponde a um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2022. Somente em outubro deste ano, foram contabilizados cinco doações de múltiplos órgãos. 

A coordenadora da OPO, Darcyana Lisboa, destaca a importância do trabalho desenvolvido para a conscientização das famílias no processo de autorização para a doação dos órgãos. “O nosso principal papel é salvar outras vidas. Por isso, atuamos dentro dos hospitais no processo de sensibilização de profissionais de saúde e da própria família, de forma humanizada, para que esse processo seja realizado da melhor forma possível. Além disso, temos intensificado visitas técnicas, capacitações e palestras nas escolas em todo o estado”, salientou. 

“Os nossos números são reflexos de todo o trabalho de conscientização e esclarecimento do processo de doação e, muito mais que isso, de acolhimento e empatia com o próximo. Sabemos que a perda de um ente querido não é um momento fácil, mas precisamos enfatizar que ele pode salvar a vida de várias pessoas que aguardam a doação de órgãos”, acrescentou a coordenadora.    

A Organização de Procura de Órgãos fica localizada no Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), próxima ao Setor de Oncologia da unidade hospitalar. 

Processo 

Segundo Darcyana Lisboa, o protocolo para a doação de órgãos é iniciada com a identificação de pacientes neurocríticos, que estejam em Glasgow 03, indicando uma provável morte encefálica. “Quando a equipe médica percebe que o paciente não está respondendo a estímulos encefálicos, tem início a investigação da morte encefálica. São realizados dois exames clínicos, por médicos especificamente capacitados, e o exame complementar, que é um exame de imagem que constata ausência de atividade elétrica, metabolismo ou fluxo sanguíneo no encéfalo. Após a confirmação do diagnóstico, é realizada a entrevista com a família para saber se eles autorizam a doação”, explicou. 

Atualmente, para que o paciente seja doador, é preciso expressar, ainda em vida, a sua vontade para os seus familiares. “É importante destacar que, embora algumas pessoas tenham documentado esse desejo no próprio Registro Geral (RG), hoje, para doação, isso não é considerado válido. Quem autoriza a captação é a própria família. Por isso, é importante que a pessoa comunique sempre aos seus entes sobre o desejo de ser um doador”, finalizou a coordenadora da OPO.

Fotos: Flávia Pacheco

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